
Entre janeiro e novembro de 2025, o Brasil registrou a abertura de 4,6 milhões de novos pequenos negócios, um número que já supera com folga o total de 4,1 milhões contabilizado ao longo de todo o ano de 2024. O resultado representa um crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior e firma o melhor desempenho desde o início da série histórica de registros empresariais no país.
Os dados oficiais mostram que o empreendedorismo de pequeno porte permanece como o grande motor da criação de empresas no Brasil: 97% dos novos CNPJs pertencem a pequenos empreendimentos. Entre eles, os microempreendedores individuais (MEI) continuam predominando, representando 77% dos registros. As microempresas respondem por 19% e as empresas de pequeno porte por 4%, reforçando a importância desse segmento como base da economia brasileira.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o avanço expressivo está diretamente relacionado a um ambiente econômico mais estável e favorável ao investimento. Ele destaca fatores como pleno emprego, controle da inflação, ampliação do crédito e maior previsibilidade econômica como elementos que fortalecem a confiança dos brasileiros na abertura de novos negócios. Segundo Lima, esse movimento é fundamental não apenas para a dinamização do mercado, mas também para a inclusão produtiva, geração de empregos e aumento da renda em diversas regiões do país.
O mês de novembro de 2025 também apresentou desempenho robusto: foram formalizados 350 mil novos pequenos negócios, número 28 mil superior ao mesmo período de 2024, evidenciando uma tendência sustentável de expansão ao longo do ano. O setor de serviços permanece líder absoluto na formalização, concentrando 64% das novas empresas; na sequência aparecem o comércio, com 21%, e a indústria, com 7%, demonstrando que o setor terciário segue como o maior gerador de ocupação e oportunidades no país.
No recorte regional, São Paulo se mantém como o maior polo empreendedor do Brasil, responsável por 29% das novas formalizações. Em seguida aparecem Minas Gerais, com 11%, e o Rio de Janeiro, com 8%, confirmando o peso dos grandes centros urbanos no ecossistema empreendedor. Ainda assim, relatórios apontam expansão também em estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, impulsionada pela digitalização, interiorização dos serviços e maior facilidade de abertura de empresas pela internet.
Quanto às atividades mais procuradas, entre os MEIs destacam-se setores como malote e entrega, transporte rodoviário de carga, publicidade e serviços ligados à economia digital. Já entre as micro e pequenas empresas, têm ganhado força segmentos como atenção ambulatorial médica e odontológica, serviços administrativos, atividades diversas de saúde, e áreas que se beneficiam do envelhecimento populacional e da ampliação dos planos de saúde.
O crescimento contínuo dos pequenos negócios reflete um cenário marcado pela digitalização acelerada, pela expansão de plataformas de e-commerce, maior acesso a ferramentas de gestão online e pela crescente busca dos brasileiros por trabalho autônomo formalizado, que garante acesso à previdência, crédito, benefícios e segurança jurídica. Essa combinação tem consolidado um novo capítulo na economia empreendedora do país, com impactos positivos na geração de renda, na dinamização regional e na inovação em setores emergentes.