João Pessoa 27.13 nuvens dispersas Recife 28.02 nuvens dispersas Natal 28.12 nublado Maceió 25.69 nublado Salvador 26.98 céu limpo Fortaleza 30.07 algumas nuvens São Luís 29.11 céu limpo Teresina 29.84 céu limpo Aracaju 26.97 nuvens dispersas
Afroturismo: 5 rotas no Nordeste que celebram ancestralidade afro-brasileira
23 de agosto de 2025 / 12:29
Foto: Divulgação

O afroturismo vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil como ferramenta de valorização da cultura negra, preservação de territórios de ancestralidade e desenvolvimento sustentável. A princípio, durante o Salão do Turismo 2025, realizado em São Paulo, a Embratur reforçou o compromisso em consolidar o país como destino plural, com ações voltadas para a promoção da igualdade racial e fortalecimento de iniciativas ligadas ao programa Rotas Negras.

Destinos que simbolizam a força da identidade afro-brasileira

O Nordeste se destaca com uma diversidade de roteiros que unem espiritualidade, cultura, história e turismo de base comunitária. A seguir, confira cinco rotas de Afroturismo no Nordeste que não podem ficar de fora do radar de quem busca experiências autênticas e conectadas às raízes africanas no Brasil.

1. Salvador (BA) – A capital da ancestralidade afro-brasileira

Reconhecida como a cidade mais negra fora da África, Salvador é referência mundial em cultura afro-brasileira. O turista pode visitar terreiros de candomblé, participar de experiências gastronômicas de origem africana e percorrer roteiros pelo Pelourinho, espaço que preserva a memória da escravidão e a resistência cultural do povo negro. O bairro da Liberdade, considerado a maior comunidade negra fora do continente africano, também integra os circuitos de afroturismo.

2. Cachoeira e Recôncavo Baiano (BA) – Território de resistência e fé

Recôncavo Baiano é um dos berços da luta pela liberdade no Brasil. Em Cachoeira, o visitante encontra irmandades religiosas, como a Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras que preservam tradições centenárias. A região reúne ainda festas populares, quilombos e tradições que mantêm vivas as conexões entre fé, cultura e identidade afro.

3. São Luís (MA) – Tambor de Crioula e herança africana

No Maranhão, o afroturismo se manifesta em diversas expressões culturais, como o Tambor de Crioula, Patrimônio Imaterial da Humanidade. Em São Luís, turistas podem conhecer quilombos urbanos, participar de oficinas de danças tradicionais e explorar a culinária afro-maranhense, fortemente marcada pelo azeite de dendê e influências africanas.

4. Recife e Olinda (PE) – Maracatu, capoeira e religiosidade

O estado de Pernambuco carrega no seu DNA a força da cultura negra. Em Recife e Olinda, visitantes têm acesso a apresentações de maracatu, rodas de capoeira, além de festas tradicionais que preservam elementos da herança africana. Terreiros e comunidades quilombolas também abrem espaço para experiências de turismo comunitário, conectando espiritualidade e resistência.

5. Lençóis e Chapada Diamantina (BA) – Quilombos e turismo de base comunitária

Além do litoral e das grandes cidades, a Chapada Diamantina se destaca pelo afroturismo em comunidades quilombolas que recebem visitantes com hospitalidade e oferecem vivências únicas, como trilhas guiadas, gastronomia tradicional e artesanato. Além disso, essa integração fortalece o turismo sustentável e gera renda para famílias locais.

Afroturismo como política de Estado

Assim, a presença da Embratur no Salão do Turismo 2025, com debates sobre Rotas Negras e gestão de turismo em territórios sagrados, reforça a importância de valorizar a história, espiritualidade e cultura afro-brasileira como parte central da experiência turística no país.

Segundo a coordenadora de Afroturismo da Embratur, Tania Neres, a agenda não se limita a promover destinos, mas a construir um novo olhar sobre o Brasil:

“Os painéis de Afroturismo mostram desde a política de Estado até a prática do empreendedor, evidenciando a força econômica e social deste segmento”, destacou.

Portanto, com iniciativas que unem políticas públicas, mercado e comunidades, o Nordeste brasileiro consolida-se como referência internacional em afroturismo, atraindo turistas que buscam não apenas lazer, mas também conexão profunda com a ancestralidade africana no Brasil.