Alagoas deu início à vacinação de gestantes contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), marcando um passo importante para a saúde materno-infantil no estado. A partir do dia 4 de maio, a vacina passa a integrar oficialmente o Calendário Nacional de Vacinação da Gestante, garantindo acesso gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecendo a prevenção de doenças respiratórias graves em recém-nascidos.
A imunização é destinada a grávidas que estejam com 28 semanas ou mais de gestação, período em que o organismo materno transfere anticorpos para o bebê com maior eficácia. O objetivo é oferecer proteção desde o nascimento contra infecções graves, como bronquiolite e pneumonia, enfermidades que atingem principalmente lactentes e são causadas em grande parte pelo VSR.
Para iniciar a estratégia no estado, Alagoas recebeu 12.430 doses enviadas pelo Ministério da Saúde. As 102 secretarias municipais de Saúde já estão autorizadas a retirar suas cotas na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI). A partir daí, cada município irá organizar sua própria logística, definindo horários, locais de vacinação e estratégias de busca ativa para garantir a imunização do maior número possível de gestantes.
O VSR é considerado um dos maiores responsáveis por internações pediátricas no Brasil. Quase todas as crianças são expostas ao vírus até os dois anos de idade, e o primeiro contato costuma ser o mais crítico, muitas vezes culminando em quadros de insuficiência respiratória que exigem hospitalização. Por isso, a inclusão da vacina no calendário oficial representa um avanço expressivo para a saúde pública.
O Estado trabalha com a meta de vacinar ao menos 80% do público-alvo, o que deverá resultar em uma redução significativa das internações e complicações respiratórias nos primeiros meses de vida dos bebês. Segundo o secretário de Estado da Saúde de Alagoas, Gustavo Pontes de Miranda, a iniciativa é um marco para o sistema de saúde estadual, representando “um avanço fundamental para reduzir casos graves e diminuir a pressão sobre as unidades pediátricas”.
Dados do Ministério da Saúde reforçam a urgência da medida: até novembro de 2025, o Brasil registrou 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pelo VSR, sendo que 82,5% ocorreram em crianças menores de dois anos. Esses números evidenciam o impacto da doença e a importância de estratégias preventivas eficazes.
Atualmente, não existe tratamento específico para bronquiolite, o que torna a prevenção a principal forma de proteção. A disponibilização gratuita da vacina pelo SUS foi viabilizada graças a um acordo entre o Governo Federal, o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que prevê inclusive transferência de tecnologia para que a produção seja realizada futuramente no Brasil. Nas redes privadas, o imunizante chega a custar até R$ 1,5 mil, o que reforça ainda mais o caráter social da iniciativa.
Com a nova vacina integrando o calendário e a mobilização dos municípios, Alagoas dá um passo decisivo na proteção da saúde dos recém-nascidos, reduzindo riscos, prevenindo complicações e garantindo um começo de vida mais seguro para milhares de crianças.