
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) lançou na última sexta-feira (25) o aplicativo Cegonha, uma ferramenta digital inovadora que visa promover a saúde das gestantes. Com este aplicativo, as mulheres poderão acompanhar suas vacinas, consultas e exames durante a gravidez, no parto e no pós-parto, além de ter um canal direto para denúncias.
A iniciativa tem como objetivo principal proporcionar mais autonomia e segurança às gestantes, prevenindo complicações e mortes que podem ocorrer devido à falta de assistência adequada durante a gestação.
Em entrevista, a promotora de Justiça Rocío Garcia explicou que o aplicativo oferece uma agenda personalizada para cada gestante, permitindo que elas registrem todos os procedimentos realizados. Além disso, as usuárias receberão notificações trimestrais com orientações sobre os acompanhamentos necessários durante cada fase da gestação.
Embora o aplicativo também possa ser utilizado por mulheres que optam por serviços de saúde privados, o foco do MP-BA está nas gestantes que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS). “Nós vamos receber dados relacionados a possíveis falhas na prestação do serviço público. A gestante tem um canal de comunicação direto com o Ministério Público, permitindo que ela registre alguma denúncia durante o atendimento de saúde na gestação, parto ou pós-parto”, detalhou a promotora.
O aplicativo também oferece informações sobre as violências que as gestantes podem enfrentar, garantindo que tenham acesso a dados suficientes para se sentirem mais empoderadas em relação ao seu cuidado durante a gravidez e após o parto. Rocío Garcia enfatizou: “O objetivo do aplicativo é trazer informações para a gestante, para que ela possa se empoderar e exigir os seus direitos. Após o parto, ela vai receber, nas primeiras semanas, informações iniciais, como orientações sobre triagens neonatais e as primeiras vacinas”.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde indicam que a Bahia registrou 93 óbitos maternos em 2024, ocupando a 10ª posição em mortalidade materna no Brasil, com uma taxa de 65,2 mortes por 100 mil nascidos vivos.
A nível global, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam reduzir a taxa de mortes maternas para 70 por 100 mil nascidos vivos até 2030. No Brasil, a meta foi ajustada para 30 por 100 mil nascidos vivos.