
Um novo aplicativo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) promete revolucionar o manejo da banana, uma das frutas mais consumidas no Brasil. O “BananaRipe” é uma ferramenta que utiliza Inteligência Artificial para classificar o grau de maturação da banana, ajudando agricultores e comerciantes a minimizar perdas pós-colheita.
Com a banana sendo uma das frutas mais populares do Brasil e o país ocupando a quarta posição mundial em produção, a degradação rápida da fruta devido à liberação de etileno representa um desafio significativo para os produtores. Essa situação pode levar a problemas de estoque, especialmente para os agricultores da região de Iguatu, onde a produção de bananas é extensa.
O aplicativo é simples de usar: o agricultor pode baixá-lo em seu smartphone e fotografar as bananas. A tecnologia classifica a maturação em sete níveis diferentes:
- Completamente verde
- Verde com traços amarelos
- Mais verde que amarelo
- Mais amarelo que verde
- Amarelo com pontas verdes
- Completamente amarelo
- Amarelo com pintas marrons
- Amarelo com casca muito marrom
Essa classificação em tempo real permite que os produtores tenham uma visão clara da evolução da maturação das bananas em seus estoques, possibilitando uma gestão mais estratégica e a definição de preços promocionais para evitar perdas.
O aplicativo ainda não está disponível comercialmente, mas já demonstrou uma precisão de 95,96% nos testes realizados. Embora o foco inicial seja a banana, os pesquisadores têm planos de expandir a tecnologia para outras frutas, como manga e melão.
O Ceará é responsável por 50% das frutas exportadas no Brasil, com o porto do Pecém sendo a principal rota de exportação. A situação econômica, agravada por tarifas impostas por outros países, torna ainda mais relevante a utilização de ferramentas como o BananaRipe, que podem ajudar a mitigar perdas e melhorar a eficiência do setor.
Os pesquisadores acreditam que o aplicativo não apenas beneficiará os produtores locais, mas também pode ser uma ferramenta valiosa para programas de incentivo à produção local, como o Ceará Sem Fome. O projeto destaca a importância da integração entre ciência e agricultura, mostrando como a tecnologia pode ser uma aliada na resolução de problemas reais da sociedade.