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Artista cearense cria esculturas sustentáveis com sucata, incluindo tubarão, cavalo e saxofone gigante
10 de maio de 2025 / 09:47
Foto: Reprodução

Jackson Alves, um talentoso artesão cearense, tem se destacado por sua habilidade em transformar sucata em impressionantes esculturas de metal. Morador de Pacatuba, na região metropolitana de Fortaleza, ele começou sua jornada artística durante os intervalos do trabalho como soldador, criando peças que vão desde tubarões e corujas até instrumentos musicais como guitarras e saxofones.

As raízes da sua inspiração remontam à infância, quando Jackson e seus amigos desenhavam personagens de anime e quadrinhos nas calçadas do Conjunto Alvorada, em Fortaleza. O processo criativo de Jackson envolve planejar suas esculturas a partir de desenhos, seguido pela construção utilizando peças de metal que muitas vezes são doadas pela empresa onde trabalha.

Atualmente, ele produz uma variedade de esculturas que representam animais, flores e instrumentos musicais, sempre buscando novas formas de expressão artística.

Desafios e superações

A trajetória de Jackson não foi fácil. Seu primeiro emprego foi como servente de pedreiro, onde ajudava seu pai. Após um período de dificuldades financeiras, ele encontrou trabalho em uma empresa de estufas agrícolas, onde se apaixonou pela soldagem. “A partir do primeiro ponto de solda que eu dei, eu me apaixonei”, relembra. Com o tempo, ele começou a criar pequenas peças, como bonequinhos e galinhas, e a primeira escultura de grande porte foi um jacaré de cerca de 2 metros, feito como presente para seu pai.

Após nove anos na empresa, Jackson decidiu se aperfeiçoar por meio de cursos técnicos e começou a trabalhar em casa, onde criou um espaço para suas esculturas. Em 2020, ele participou de uma competição de soldagem artística no Rio Grande do Sul, onde sua escultura de um tubarão-martelo conquistou o sétimo lugar, marcando o início de sua fase mais profissional.

Reconhecimento e expansão

Desde então, Jackson começou a vender suas obras e recebeu encomendas de clientes de outros estados do Brasil e até do Japão. O reconhecimento cresceu ainda mais quando obteve a carteira de identidade artesanal pela Central do Artesanato do Ceará (CeArt), permitindo-lhe participar de feiras e eventos para divulgar seu trabalho.

Aos 37 anos, ele reflete sobre suas experiências e o impacto positivo que suas esculturas têm na reciclagem de materiais que poderiam prejudicar o meio ambiente. Além de criar, Jackson também se dedica a treinar novos soldadores e a realizar serviços de serralheria. Suas produções incluem aves, répteis e instrumentos musicais, com destaques para um elmo e um letreiro para um evento de policiais, além de um saxofone gigante para uma organização social em Fortaleza.

Sonhos e futuro

Jackson sonha em expandir seus horizontes artísticos, desejando conhecer melhor o Brasil e participar de exposições. Ele ainda não teve a oportunidade de viajar para fora do Ceará, mas almeja levar sua arte para novos lugares. Atualmente, ele busca aprender novas técnicas de modelagem para criar esculturas mais detalhadas, incluindo homenagens a personagens de sua infância, como Goku, da franquia Dragon Ball.

Com um olhar sempre voltado para o futuro, Jackson Alves continua a se desafiar e a inovar, transformando sucata em arte e inspirando outros com seu trabalho.