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Artistas transformam São Luís em arte através de três perspectivas distintas
8 de setembro de 2025 / 17:37
Foto: Divulgação

São Luís, a capital maranhense, é um verdadeiro celeiro de arte, refletindo sua rica cultura em cada esquina. No dia em que a cidade celebra seus 413 anos, três artistas locais compartilham suas experiências e como a cidade os inspira em suas criações.

Alan Rodrigues: A Poesia da Fotografia

O fotógrafo Alan Rodrigues, de 30 anos, encontrou na fotografia uma maneira de redescobrir São Luís durante o período de isolamento social. Ele relata que a pandemia foi um divisor de águas em sua vida artística. Ao pedalar pelo centro histórico vazio, Alan começou a capturar a beleza da cidade, transformando o caos do cotidiano em poesia visual. “Enquanto estava em isolamento, levei minha câmera e comecei a fotografar. O pôr do sol e a beleza ao meu redor despertavam em mim uma poesia”, conta.

Hoje, Alan dedica horas a registrar a interação das pessoas com a cidade, focando em elementos como o Centro Histórico, os casarões e as garças. Para ele, a presença humana nas fotografias é fundamental: “Nós somos parte de São Luís, fazemos cultura e arte aqui”. O fotógrafo se surpreende com o impacto de suas imagens, que ajudam muitos a relembrar a cidade, mesmo à distância.

Iara Oliveira: Arte na Pele

A artista visual e tatuadora Iara Oliveira, que se mudou para São Luís aos 10 anos, descobriu sua paixão pela arte desde cedo. Durante a pandemia, ela ampliou suas habilidades, explorando novas técnicas, como pintura em telas e ilustração digital. Iara começou a incorporar elementos da cultura local em suas criações, buscando romper com padrões estéticos coloniais.

“A ideia de criar desenhos que referenciam nossa cultura surgiu nesse processo de descolonização estética. Retrato elementos como os Cazumbás e casarões históricos, que são ricos em referências visuais”, explica. Para Iara, São Luís é uma fonte constante de inspiração, refletindo-se em sua arte, que busca devolver o amor que sente pela cidade.

Gil Leros: A Voz da Juventude nas Ruas

O grafiteiro Gil Leros, de 40 anos, vê São Luís como uma tela viva que carrega história e cultura. Natural de Tucuruí (PA), ele encontrou na capital maranhense o espaço ideal para expressar sua arte. Para Gil, o grafite humaniza os espaços urbanos e dá voz à juventude. “A arte nas ruas é um grito da juventude, uma forma de dizer que existimos e estamos aqui”, afirma.

Seus murais, que incluem referências ao bumba meu boi e ao tambor de crioula, transformam a paisagem da cidade. Entre seus trabalhos, destaca-se a Escadaria da Coreira, que se tornou um ponto turístico e cenário para muitas fotos. Além disso, Gil criou o projeto “Amo, Poeta e Cantador”, que homenageia mestres da cultura popular em murais espalhados pela cidade.

Apesar do reconhecimento, Gil critica a falta de políticas públicas que valorizem a arte urbana, ressaltando a necessidade de mais apoio aos artistas locais. Para ele, cada mural é uma oportunidade de mudar a percepção da cidade, permitindo que as pessoas se conectem com o espaço urbano de maneira diferente.