
A incidência de câncer no Rio Grande do Norte (RN) apresentou um aumento significativo de aproximadamente 50% entre 2020 e 2024, conforme revelado pelo Boletim Epidemiológico do Câncer 2025, elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).
Para os homens, a taxa subiu de 250 para 375 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto para as mulheres, o aumento foi de 301 para 449 casos por 100 mil, refletindo uma alta de 49%. Durante esse período, foram registrados 57.660 novos diagnósticos no estado, sendo 25.102 em homens (44%) e 32.558 em mulheres (56%). Infelizmente, 18.519 pessoas perderam a vida em decorrência da doença, com 9.204 homens e 9.315 mulheres entre os óbitos. O câncer continua a ser a segunda principal causa de morte no RN.
Retomada dos serviços de saúde
De acordo com a Sesap, parte desse aumento pode ser atribuída à retomada dos serviços de saúde após a pandemia de Covid-19, que impactou negativamente os diagnósticos e registros de câncer. Aline Delgado, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da secretaria, destacou a necessidade urgente de fortalecer políticas públicas voltadas para a prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce. “O desafio é grande, mas é possível reduzir o impacto do câncer no estado com ações integradas de saúde e conscientização da população”, afirmou.
Incidência e mortalidade por tipo de câncer
Entre os homens, os tipos de câncer mais frequentes são:
- Câncer de próstata – 14%
- Câncer de estômago – 14%
- Tumores nos tecidos conjuntivos e moles – 9%
- Câncer de cólon e reto – 7%
- Câncer de pulmão – 5%
Já entre as mulheres, a distribuição é a seguinte:
- Câncer de mama – 30%
- Câncer do colo do útero – 7%
- Tumores nos tecidos conjuntivos e moles – 5%
- Câncer de cólon e reto – 7%
O câncer de pulmão foi o responsável pelo maior número de mortes no RN entre 2020 e 2024, representando 12% dos óbitos. Os outros tipos que mais contribuíram para as mortes foram: câncer de mama (8%), câncer de próstata (7%), câncer de cólon e reto (7%) e câncer de estômago (6%). A maioria das mortes ocorreu em pessoas com 60 anos ou mais, totalizando 72% dos óbitos registrados nesse período.
A Região Metropolitana, correspondente à 7ª Região de Saúde, apresentou as maiores taxas de incidência em 2024, com 488 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 52% em relação a 2020. Em contrapartida, a Região do Alto Oeste (6ª Região de Saúde) concentrou as maiores taxas de mortalidade nos cinco anos analisados.
Conforme a Sesap, cerca de um terço dos casos de câncer pode ser prevenido por meio de mudanças no estilo de vida, como a diminuição do tabagismo e do consumo de álcool, uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas, além de rastreamento por exames como mamografia e colonoscopia, e vacinação contra HPV e hepatite B.