
Um grupo de baleias jubarte foi avistado neste sábado (16) na costa do Rio Grande do Norte. O avistamento ocorreu na Praia de Malembá, localizada em Senador Georgino Avelino, onde oito baleias — uma fêmea e sete machos — nadavam a aproximadamente 16 quilômetros da costa.
Além disso, pescadores também registraram a presença de uma baleia na Praia do Meio, em Natal, que, segundo especialistas, provavelmente era uma fêmea acompanhada de um filhote.
O coordenador do Projeto de Monitoramento da Megafauna Marinha (Prommarn), Lídio Nascimento, comentou que, nesta época do ano, as jubartes se deslocam para as praias do litoral brasileiro em busca de locais para reprodução e acasalamento. Esse fenômeno ocorre entre junho e novembro, quando as baleias retornam à Antártida.
Retorno à Antártida
Nascimento esclareceu que, após o período de reprodução, as jubartes voltam para a Antártida, onde se alimentam, e esse ciclo se repete anualmente, com o retorno ao Brasil a partir de maio. “Geralmente, na primeira quinzena de novembro, elas começam a descer para a Antártida, que é a área de alimentação. Não temos evidências de que essas baleias se alimentem em nossa costa”, afirmou.
O comportamento observado em Senador Georgino Avelino sugere que os animais estavam em atividade de acasalamento. Nascimento descreveu: “Era um grupo de oito animais, o que chamamos de grupo competitivo, onde uma fêmea é disputada por vários machos. Não observamos filhotes. Eles estavam saltando, batendo as caudas e movimentando as nadadeiras, o que caracteriza a disputa entre os machos pelo acesso à fêmea”.
Neste ano, mais de 60 baleias já foram registradas por pesquisadores, pescadores e surfistas ao longo do litoral do Rio Grande do Norte. Esse número representa mais do que o dobro do contabilizado no mesmo período de 2024, quando o total não ultrapassou 30.
Riscos para as Jubartes
O pesquisador também alertou sobre os riscos que as jubartes enfrentam, como o encalhe e a morte em linhas de pesca. Ele recomenda que, caso alguém aviste uma baleia encalhada ou em perigo, deve entrar em contato imediatamente com órgãos ambientais, a Polícia Ambiental ou ONGs dedicadas à preservação marinha.