João Pessoa 23.13 nublado Recife 25.02 nuvens dispersas Natal 23.12 nublado Maceió 24.69 algumas nuvens Salvador 23.98 nublado Fortaleza 28.07 nublado São Luís 25.11 algumas nuvens Teresina 25.84 céu limpo Aracaju 24.97 nublado
Bancadas estaduais na Câmara: comparação entre tamanhos atuais, propostas do STF e novas discussões
6 de maio de 2025 / 16:55
Foto: Divulgação

A Câmara dos Deputados está prestes a iniciar a análise de um projeto que pode aumentar o número de deputados federais, passando de 513 para 527. A urgência dessa votação se dá em resposta a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que busca evitar que a redistribuição das cadeiras estaduais seja decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2023, o STF ordenou que o Congresso atualizasse a distribuição de cadeiras até 30 de junho, com base nos dados do último Censo realizado pelo IBGE. Caso o prazo não seja cumprido, o TSE assumirá a responsabilidade pela redistribuição. A legislação atual, de 1993, estabelece que o número máximo de deputados federais é de 513, garantindo que cada estado tenha pelo menos 8 representantes, com São Paulo possuindo 70 cadeiras, devido à sua maior população.

Proporcionalidade na Representação

A Constituição brasileira determina que a representação de cada estado na Câmara deve ser proporcional à sua população. Além disso, ajustes para garantir essa proporcionalidade devem ser feitos no ano anterior às eleições. Atualmente, a composição da Câmara permanece em 513 deputados, conforme estipulado pela lei de 1993, que prevê que o TSE comunique o número de vagas a serem disputadas após os cálculos populacionais.

Desde 2013, quando o TSE tentou atualizar a distribuição de cadeiras, não houve novas medidas para adequar a composição da Câmara à realidade populacional, resultando em uma falta de representatividade.

A decisão do STF no ano passado busca assegurar o cumprimento dessa lei de mais de 32 anos. O Supremo determinou que, embora o número total de deputados permaneça em 513, os estados devem ter suas bancadas ajustadas de acordo com as variações populacionais identificadas no último Censo.

Sete estados, incluindo o da presidência da Câmara, correm o risco de perder cadeiras: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Por outro lado, estados como Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina teriam um aumento em suas representações. Ao todo, 14 cadeiras estariam em jogo na redistribuição.

Proposta de Aumento de Cadeiras

A proposta em discussão, liderada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), visa evitar que estados percam cadeiras no processo de redistribuição. Para isso, sugere-se aumentar o total de deputados de 513 para 527, mantendo a maioria das bancadas em seus tamanhos atuais. Apenas sete estados teriam mudanças positivas, podendo ganhar entre uma e quatro cadeiras.

Esse ajuste não afetaria apenas a Câmara, mas também as assembleias legislativas estaduais, já que a Constituição estabelece que o número de deputados estaduais é proporcional às bancadas federais. Atualmente, o Brasil conta com 1.059 deputados estaduais.

Efeito Cascata

O “efeito cascata” da mudança nas bancadas pode resultar em duas situações: se o Congresso seguir a determinação do STF, haveria uma redução no total de deputados estaduais, que cairia para 1.055. Se a proposta de Hugo Motta for aprovada, o número de deputados estaduais aumentaria para 1.079, refletindo o crescimento das cadeiras na Câmara.