
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou na última quinta-feira (27) um plano ambicioso à Prefeitura Municipal de Teresina para a ampliação do transporte público na região metropolitana. O projeto, que requer um investimento estimado em R$ 3,6 bilhões, visa a criação de três novas linhas de média e alta capacidade, com o objetivo de adicionar 31 km à rede existente e reduzir o tempo de viagem em até 13%, conforme aponta o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU).
Rafael Ferraz, gerente do estudo nacional do BNDES, destacou a importância da participação da União e do Governo Federal nos investimentos, uma vez que muitos municípios e estados enfrentam dificuldades financeiras para viabilizar projetos de grande escala. Ele reiterou a expectativa de que novas chamadas do PAC priorizem os projetos identificados no estudo, incluindo a implementação de dois BRTs e a extensão do Metrô de Teresina até Timon (MA), que já está recebendo recursos do PAC atualmente.
Atualmente, Teresina conta com uma rede de transporte de 17 km. Com os novos projetos, essa extensão alcançará um total de 45 km. O plano inclui a ampliação da linha do metrô, a construção de corredores de ônibus de trânsito rápido (BRT) e a implementação de veículos leves sobre trilhos (VLT). A extensão do metrô, por exemplo, prevê uma ampliação de 2,5 km até Timon, com um investimento de R$ 286 milhões. Além disso, o Corredor Leste-Oeste ligará os terminais Parque Piauí e Zoobotânico, com 16,1 km de extensão, utilizando BRT elétrico ou VLT, com investimentos que variam de R$ 660 milhões a R$ 1,84 bilhão, beneficiando cerca de 151 mil moradores.
Outro projeto, o Corredor Sudoeste, conectará o Terminal Bela Vista à Universidade Federal do Piauí (UFPI), com uma extensão de 12,9 km e opções semelhantes de investimento, atendendo aproximadamente 140 mil pessoas. O estudo também destaca benefícios adicionais para a cidade, como a redução do tempo de viagem em até 13%, uma diminuição de 16% nos custos operacionais do transporte público e uma expectativa de redução de até 6% nas mortes no trânsito, o que poderia evitar até cinco óbitos anuais.
Em termos de sustentabilidade, a proposta prevê uma diminuição de 12% na emissão de gases poluentes, correspondendo a 35 mil toneladas de CO₂ por ano. O retorno social do projeto é estimado em até R$ 3,2 bilhões no cenário mais otimista, podendo ser ainda maior caso sejam implementadas políticas que incentivem o uso do transporte coletivo em detrimento do uso de veículos particulares. Neste cenário, o retorno social poderia aumentar de R$ 2 bilhões para R$ 3,2 bilhões, demonstrando a relevância das iniciativas propostas para a mobilidade urbana em Teresina.