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BNDES investe na restauração produtiva através do cultivo de cacau
11 de outubro de 2025 / 20:08
Foto: Divulgação

Um projeto aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai recuperar 2,75 mil hectares de áreas degradadas e, ao mesmo tempo, gerar renda para agricultores familiares. A iniciativa, desenvolvida pelo Grupo Belterra, prevê a implantação de sistemas agroflorestais baseados no cacau, em parceria com pequenos e médios produtores da Bahia, Pará, Rondônia e Mato Grosso.

O financiamento, de R$ 100 milhões, será realizado com recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O contrato foi assinado nesta sexta-feira (10), durante o seminário “BNDES Florestas do Brasil por todo o planeta”, no Rio de Janeiro, evento que marcou também o lançamento do programa BNDES Florestas.

Os sistemas agroflorestais (SAFs) combinam culturas agrícolas e espécies florestais na mesma área, garantindo o uso sustentável da terra e o aumento da produtividade. Além de reduzir custos e preservar o ecossistema, o modelo amplia a resiliência das paisagens agrícolas.

O projeto do Grupo Belterra contará ainda com R$ 15 milhões em recursos próprios e R$ 20 milhões captados junto ao Amazon Biodiversity Fund (ABF), fundo internacional de impacto criado em parceria com a USAID e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).

De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a operação une crédito, inovação e inclusão social.

“É um modelo que gera renda e combate as mudanças climáticas, mostrando que a restauração ecológica é também uma oportunidade econômica para o país”, afirmou.

A expectativa é que sejam plantadas 2,9 milhões de mudas, com foco no cacau — principal fonte de renda do projeto —, além de mandioca e banana, que têm ciclos produtivos mais curtos. Os agricultores terão acesso a financiamento, assistência técnica e garantia de comercialização da produção, reduzindo riscos climáticos e de mercado.

Segundo o CEO da Belterra, Valmir Ortega, o modelo de negócio busca superar os desafios da implantação de projetos agroflorestais.

“Além de oferecer novas alternativas produtivas, conectamos os agricultores às grandes empresas do setor alimentício, garantindo sustentabilidade econômica e ambiental”, disse.

O projeto deve resultar na remoção anual de 232,5 mil toneladas de gás carbônico equivalente, permitindo a geração de créditos de carbono.

Criado em 2009 e administrado pelo BNDES, o Fundo Clima apoia iniciativas voltadas à mitigação das mudanças climáticas e à recuperação ambiental. Após ser reformulado em 2023, o fundo ampliou suas linhas de financiamento e já aprovou nove operações na área florestal, totalizando R$ 963 milhões.