
O Brasil enfrenta um aumento alarmante nas notificações de intoxicação por metanol, com um total de 195 casos registrados até o último sábado (4), conforme informações do Ministério da Saúde. Esses dados incluem tanto casos confirmados quanto suspeitos, além de mortes relacionadas à ingestão de bebidas alcoólicas contaminadas.
Entre os estados que relataram os primeiros casos em investigação estão Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Piauí. No total, há 14 casos confirmados e 181 em investigação em todo o país, sendo que São Paulo concentra a maior parte dos registros, com 162 notificações (14 confirmados e 148 em investigação).
Dos casos notificados, 13 resultaram em óbitos, sendo um confirmado em São Paulo e 12 em investigação, com as mortes distribuídas entre os estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Para combater o impacto das intoxicações, o Ministério da Saúde, em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), adquiriu 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico, que serve como antídoto para a intoxicação por metanol, e está em processo de compra de mais 5 mil tratamentos, totalizando 150 mil ampolas, para assegurar a disponibilidade no Sistema Único de Saúde.
Casos em São Paulo
Atualmente, São Paulo registra 91 casos em investigação e 11 confirmados, com a capital sendo a mais afetada, somando 48 investigações e 8 confirmações. Outros municípios da Grande São Paulo também apresentam registros:
- São Bernardo do Campo: 21 em investigação e 1 confirmado
- Santo André: 4 em investigação
- Osasco: 4 em investigação
- Guarulhos: 1 em investigação e 1 confirmado
- Itapecerica da Serra: 1 confirmado
- Mauá: 1 em investigação
- Diadema: 1 em investigação
- Ferraz de Vasconcelos: 1 em investigação
- Taboão da Serra: 1 em investigação
No interior e litoral, os casos são mais isolados, com cidades como Araçatuba, Cajuru, Jundiaí, Limeira, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São José dos Campos e São Vicente registrando 1 caso em investigação cada.
O Perigo do Metanol
O metanol, um álcool industrial usado em solventes e produtos químicos, é extremamente perigoso quando ingerido. Ele ataca o fígado, que o converte em substâncias tóxicas, afetando a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo levar à cegueira, coma e até morte. Além disso, pode causar insuficiência pulmonar e renal.
As autoridades ainda não divulgaram os nomes das vítimas, mas relatos de pacientes mostram o impacto devastador da intoxicação. Entre os afetados estão:
– **Rafael Anjos Martins**, de 28 anos, que consumiu gin em uma adega na Zona Sul de São Paulo e está em coma desde 1º de setembro, após a ingestão da bebida.
– **Radharani Domingos**, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas em um bar de São Paulo, que foi interditado após a apreensão de bebidas suspeitas.
– **Bruna Araújo de Souza**, de 30 anos, internada em estado grave após consumir vodca em um show em São Bernardo do Campo.
– **Wesley Pereira**, de 31 anos, que passou mal após beber uísque em uma festa e continua em tratamento intensivo.
– **Marcelo Lombardi**, de 45 anos, que morreu após consumir vodca adulterada, levando sua família a lamentar a perda de seu pilar familiar.
O aumento dos casos de intoxicação por metanol destaca a urgência de medidas de prevenção e conscientização sobre os riscos de bebidas alcoólicas adulteradas.