A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) representa um apelo global para a ação coletiva, propondo um novo modelo de desenvolvimento que prioriza a justiça, a inclusão e o equilíbrio entre as pessoas, o planeta e as futuras gerações. Nesse contexto, iniciativas como o Conexão ODS, promovido pela Somos Um e pelo Pacto Global – Brasil, com a correalização do Sebrae RN e do Centro Sebrae de Sustentabilidade, desempenham um papel crucial ao reunir diversos setores da sociedade para discutir os caminhos necessários para um futuro mais sustentável.
Na segunda edição do Conexão ODS, um dos temas centrais abordados é o que vem sendo denominado de ODS 18. Essa iniciativa brasileira visa promover a igualdade étnico-racial e combater o racismo. Embora não esteja entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável oficialmente reconhecidos pela ONU, há espaço para que os países estabeleçam metas que reflitam suas realidades locais. O Brasil tem utilizado essa flexibilidade de forma estratégica, priorizando a promoção da integridade, equidade e cultura de paz, fundamentos essenciais para qualquer transformação social significativa.
Ao incluir esse objetivo nas discussões, o evento reafirma não apenas o compromisso com os desafios internos, mas também a posição do Brasil como exemplo para outras nações que enfrentam desigualdade, corrupção, violência e exclusão. O caminho que estamos trilhando, unindo a sociedade civil, o setor empresarial e o poder público, demonstra que é possível construir soluções a partir da escuta ativa e da articulação entre diferentes vozes.
O papel do Pacto Global – Brasil é fundamental nesse processo. Ao incentivar as empresas a incorporarem os ODS em seus planos e práticas, a iniciativa evidencia que a sustentabilidade não é um discurso paralelo aos negócios, mas parte integrante do sucesso empresarial. As empresas que adotam essa perspectiva se destacam por sua credibilidade, capacidade de inovação e relevância social.
O ODS 18, por sua natureza abrangente, amplia o impacto de objetivos já existentes, como:
- ODS 5: Igualdade de gênero
- ODS 10: Redução das desigualdades
- ODS 16: Fortalecimento das instituições
Discutir integridade, justiça e paz é, na prática, promover ambientes mais seguros e igualitários, tanto no setor público quanto no privado, criando oportunidades para que todos possam prosperar com dignidade.
O cenário atual demanda ações urgentes. Dados recentes das Nações Unidas indicam que apenas 35% das metas estão no caminho certo para serem alcançadas até 2030. Quase metade das metas avança lentamente e 15% regrediram, especialmente nas áreas relacionadas à infância, combate à pobreza e equidade de gênero. Nesse sentido, encontros como o Conexão ODS são essenciais para manter viva a ambição da Agenda e renovar compromissos concretos.
Como empreendedora e defensora da inclusão e justiça social, observo com esperança e orgulho a maneira como o Brasil tem desenvolvido soluções a partir de suas próprias necessidades, sem perder de vista a perspectiva global. Mais ainda, admiro a forma colaborativa como isso tem sido feito, valorizando a escuta, a participação e o senso de corresponsabilidade.
Que possamos continuar liderando com coragem, consistência e uma visão de longo prazo. E que o ODS 18 se torne um símbolo da possibilidade de adaptar as metas globais às realidades locais, sem perder de vista o todo.