
Uma jornalista brasileira, Lorena Gurgel, denunciou ter sido alvo de agressões verbais motivadas por xenofobia em um posto de combustíveis em Oeiras, Portugal, no dia 11 de junho. O incidente ocorreu enquanto ela tentava abastecer seu carro, momento em que um homem a ofendeu, afirmando que brasileiros “só vêm para bagunçar” e mandou que ela retornasse para sua “terra”.
Após relatar o ocorrido em um vídeo nas redes sociais, Lorena recebeu uma onda de mensagens ofensivas, tanto de portugueses quanto de brasileiros. Algumas das mensagens diziam: “Esta conversa do racismo, xenofobia etc… já enjoa” e “Não venham para cá, ninguém vos chama”. Apesar das ofensas, a jornalista também recebeu apoio de muitos que compartilharam experiências semelhantes.
“Quando postei o vídeo, foi mais uma forma de desabafo. Não esperava que tivesse tanta repercussão, mas a xenofobia é um assunto que merece atenção”, disse Lorena. Ela destacou que os comentários negativos afetam sua saúde mental e geram preocupação com a segurança de sua família, uma vez que se mudou para Portugal em busca de mais tranquilidade.
Lorena explicou que sua intenção ao compartilhar a experiência era protestar contra a normalização da xenofobia. “Espero que essa denúncia incentive outras pessoas a se manifestarem. Precisamos nos proteger e entender os meios legais para agir rapidamente em situações como essa”, afirmou.
O que aconteceu no posto de gasolina
A jornalista contou que, desde sua chegada a Portugal há dois anos, já havia vivenciado situações que a deixaram em dúvida sobre se eram xenofóbicas ou apenas falta de educação. No entanto, o episódio recente foi mais explícito. Ao tentar abastecer o veículo, Lorena acidentalmente derrubou uma mangueira de outra bomba. O homem, que estava próximo, começou a gritar ofensas, acusando-a de bagunçar tudo.
“Ele parecia completamente descontrolado. Eu disse a ele que não tinha o direito de gritar comigo”, recordou. A situação foi amenizada pela atendente do posto, que interveio e ajudou Lorena a abastecer o carro.
Após o incidente, Lorena gravou um vídeo em casa e o publicou dois dias depois. Desde então, ela recebeu diversos relatos de xenofobia de outros imigrantes. “Quero que essa história se espalhe e encoraje outras pessoas a contarem suas experiências. Não podemos aceitar o inaceitável”, concluiu.
Lorena se mudou para a Europa com seu marido e filho após ele receber uma proposta de trabalho na área de tecnologia. Ela continua a atuar no escritório de Relações Internacionais da empresa onde já trabalhava no Brasil.