
A sessão realizada no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador nesta quinta-feira (22) foi marcada por um protesto intenso de servidores municipais, que culminou na invasão do local durante a votação de reajustes no piso salarial. A proposta, apresentada pela Prefeitura de Salvador, foi aprovada apesar da forte oposição dos manifestantes, que exigiam melhores condições salariais.
Os servidores se reuniram em frente ao Centro de Cultura, localizado na Praça São Tomé de Souza, desde o início da tarde. Durante a sessão, que ocorria no auditório, muitos manifestantes relataram que foram impedidos de entrar. Em resposta, alguns decidiram invadir o espaço, resultando em empurrões e na quebra de uma porta de vidro.
A situação se agravou com a entrada forçada dos manifestantes, levando a polícia a usar spray de pimenta para contê-los e a estabelecer barreiras na entrada do Centro de Cultura. O clima de tensão aumentou, e uma briga generalizada levou à suspensão temporária da sessão. Em meio ao tumulto, o vereador Sidninho (PP) tentou apaziguar os ânimos, mas um manifestante tentou tomar o microfone dele, gerando mais confusão e empurrões entre os presentes.
Após uma pausa de uma hora, a sessão foi retomada em uma sala fechada, onde a maioria dos vereadores votou a favor da proposta do prefeito Bruno Reis (União Brasil). A aprovação ocorreu após a abstenção da bancada da oposição e trouxe os seguintes reajustes:
- 9,25% de aumento salarial para os professores de Nível 1/Referência A
- 6,65% de aumento salarial para os professores de Nível 1/Referência B
- 6,27% de aumento para o quadro suplementar do magistério público
- 4,83% de aumento para os demais servidores municipais
As categorias de servidores municipais, no entanto, continuam insatisfeitas e reivindicam um reajuste salarial de 25% e auxílio-alimentação. Os professores da rede municipal, representados pela APLB-Sindicato, exigem o pagamento integral do piso salarial nacional, que, segundo eles, está defasado em mais de 58%.
Em entrevista, o sindicato dos professores confirmou que a greve será mantida, uma vez que o reajuste aprovado não atende às suas demandas. Após a aprovação da proposta pela prefeitura, os professores realizaram uma assembleia na noite desta quinta-feira para discutir os próximos passos de sua mobilização.