
Cinco anos após a confirmação dos primeiros casos de coronavírus no Ceará, o capacete Elmo continua a ser uma ferramenta importante no tratamento de pacientes, sendo amplamente utilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). Este dispositivo, que se destacou durante a pandemia, é valorizado por sua capacidade de desinfecção e reutilização, além de apresentar um custo inferior em comparação aos respiradores mecânicos.
O capacete Elmo foi desenvolvido em resposta à emergência da Covid-19, surgindo em abril de 2020, logo após o primeiro lockdown. Este equipamento de respiração assistida é não-invasivo, oferecendo maior segurança tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. A invenção é fruto de uma colaboração entre o setor público e privado, visando melhorar o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica.
Desde sua introdução, aproximadamente 2.400 unidades do capacete foram distribuídas pelo SUS no Ceará, com estimativas de que cerca de 11 mil exemplares tenham sido utilizados em todo o Brasil, beneficiando cerca de 40 mil pessoas. A Escola de Saúde Pública (ESP) do Ceará não tem informações precisas sobre a utilização do capacete em outros estados, pois a aquisição pode ser feita por qualquer instituição de saúde.
Devido à novidade do dispositivo, foram realizados treinamentos para capacitar profissionais de saúde na utilização do Elmo. A ESP treinou cerca de 2.750 profissionais, incluindo médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
Um estudo chamado Elmo Registry, desenvolvido pela Gerência de Pesquisa em Saúde da ESP, revelou que 66% dos pacientes que utilizaram o capacete Elmo não necessitaram de intubação, evidenciando o impacto positivo do equipamento no tratamento da Covid-19.
Além do Ceará, os treinamentos foram estendidos a outras três unidades da Federação: Amazonas, Maranhão e Minas Gerais, com a capacitação de 78, 58 e 61 profissionais, respectivamente.
O capacete Elmo recebeu diversos reconhecimentos, incluindo ser finalista do Prêmio Euro: Inovação na Saúde, a Medalha da Abolição, a mais alta honraria do Estado do Ceará, e foi eleito o melhor case de inovação do Brasil durante o 9º Congresso de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em uma demonstração de gratidão, a farmacêutica Régila Aguiar fez uma tatuagem do Elmo em sua pele, simbolizando a recuperação de sua mãe, Rojane Aguiar, que foi tratada com o uso do capacete durante sua infecção por Covid-19.
O projeto do capacete Elmo é uma colaboração entre a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade de Fortaleza (Unifor), a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o Governo do Estado do Ceará, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), com apoio adicional da Esmaltec e do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).