
Profissionais de diversas áreas têm se dedicado a oferecer atendimentos que não apenas são confortáveis, mas que também favorecem o desenvolvimento de crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Entre esses profissionais está Larissa Almeida, uma fisioterapeuta psicomotricista de 28 anos, que há quatro anos se especializa no atendimento a esse público.
Larissa, que possui cinco anos de experiência na área, investiu em sua formação ao concluir uma pós-graduação em psicomotricidade e se capacitar no método ABA (Análise do Comportamento Aplicada). Essa abordagem terapêutica visa aprimorar habilidades e promover a autonomia de indivíduos com autismo e outros transtornos de desenvolvimento. A atuação de Larissa é focada em desenvolver habilidades motoras, equilíbrio e noção espacial, utilizando recursos como atividades lúdicas e brincadeiras para estimular o progresso das crianças.
Desde o início de sua jornada profissional, Larissa se sentiu atraída pela pediatria e percebeu a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento infantil. Ela destaca que é essencial que os terapeutas que trabalham com crianças autistas possuam características como:
- Paciência
- Habilidade de comunicação
- Flexibilidade
- Empatia
- Conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e o espectro autista
Larissa enfatiza que a abordagem deve ser individualizada, considerando as necessidades e limitações de cada criança. Contudo, a profissão enfrenta desafios, como a falta de compreensão sobre a importância das terapias e o desconhecimento acerca do autismo, o que pode dificultar a continuidade do tratamento.
Por outro lado, as recompensas são significativas. “É gratificante ver a evolução de cada criança, seja em pequenas ou grandes conquistas. Promover a qualidade de vida e a inclusão nas atividades diárias é o que torna meu trabalho extraordinário”, afirma Larissa.
Outro exemplo é Karla Siqueira, uma odontopediatra que atua com crianças autistas há dois anos. Karla também se especializou em atendimento infantil e para pacientes com deficiência. Ela acredita que o cuidado com esses pequenos requer métodos diferenciados e uma relação de confiança. Para facilitar o atendimento, Karla apresenta o consultório às crianças, utilizando distrações como a televisão para minimizar a ansiedade durante o tratamento.
“É um ofício que devemos encarar como uma missão”, diz Karla, que se sente realizada ao incluir esses pacientes e tornar o atendimento odontológico acessível a todos.
Emerson Cruz, um barbeiro que atende crianças autistas, começou sua jornada há quase três anos. Com o tempo, ele desenvolveu uma relação especial com seus pequenos clientes, como Vinícius, que inicialmente tinha dificuldades durante os cortes de cabelo. Emerson destaca a importância da paciência e da capacidade de entreter as crianças durante o atendimento, o que facilita a adaptação.
O salão onde Emerson trabalha oferece capacitação para seus profissionais, com encontros conduzidos por Aline Lima, uma psicóloga com 20 anos de experiência, sendo 12 deles dedicados ao atendimento de pessoas com autismo. Aline realiza capacitações em diversas instituições, ajudando os profissionais a lidarem melhor com as particularidades do atendimento a esse público.
Ela observa que o aumento na demanda por capacitação está diretamente relacionado ao maior acesso ao diagnóstico de autismo. Aline ressalta que o engajamento dos profissionais resulta em um crescimento pessoal e que a criação de ambientes acolhedores é fundamental para a inclusão.