Ceará é o pior lugar do Brasil para empreender, diz estudo da Fiec.
O estudo, antecipado com exclusividade ao Diário do Nordeste e divulgado nesta terça-feira (17), avalia o desempenho das 27 unidades da federação em relação ao fomento de ecossistema de inovação.
O Ceará perdeu sete posições no índice de empreendedorismo desde 2020 e figura como o pior do País. Foi a maior queda anual em relação a 2023, com a perda de seis posições.
Entre os fatores avaliados, estão a quantidade total de startups e saldo entre empresas abertas e fechadas. A explicação do péssimo resultado cearense está no fechamento de negócios ao longo do ano, explica Eduarda Mendonça, especialista em Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria Ceará.
O setor mais afetado pelo encerramento de empresas foi o de serviços, devido à forte oscilação dos índices de consumo ao longo do ano.
“Houve um aumento muito grande no número de empresas que fecharam ao longo do ano. Os negócios tiveram dificuldade de se manterem abertos. O consumo não se manteve estável ao longo do ano e por isso os setores mais prejudicados foram de comércio e serviços”, explica.
São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso lideram a avaliação de empreendedorismo. Norte e Nordeste estão entre as regiões com as piores notas neste pilar do índice de inovação.
Os estados das regiões Norte e, principalmente, Nordeste apresentam os piores índices do País
Estado | Nota | Posição no ranking |
---|---|---|
São Paulo | 1 | 1º |
Santa Catarina | 0,738 | 2º |
Mato Grosso | 0,565 | 3º |
Paraná | 0,413 | 4º |
Goiás | 0,388 | 5º |
Mato Grosso do Sul | 0,335 | 6º |
Espírito Santo | 0,271 | 7º |
Rio de Janeiro | 0,262 | 8º |
Rio Grande do Sul | 0,261 | 9º |
Minas Gerais | 0,24 | 10º |
Roraima | 0,204 | 11º |
Distrito Federal | 0,19 | 12º |
Rondônia | 0,188 | 13º |
Tocantins | 0,173 | 14º |
Amazonas | 0,119 | 15º |
Amapá | 0,091 | 16º |
Rio Grande do Norte | 0,058 | 17º |
Bahia | 0,052 | 18º |
Pará | 0,05 | 19º |
Paraíba | 0,046 | 20º |
Acre | 0,035 | 21º |
Pernambuco | 0,025 | 22º |
Alagoas | 0,025 | 23º |
Piauí | 0,024 | 24º |
Maranhão | 0,02 | 25º |
Sergipe | 0,013 | 26º |
Ceará | 0 | 27º |
“Todos os estados tiveram essa dificuldade. Alguns mais, outros menos, mas todos tiveram. Isso não foi uma particularidade do Ceará, mas em termos relativos à população, o Ceará acabou sendo o mais prejudicado. Mas todos os estados passaram por esse processo de dificuldade de manter o consumo”, pondera Eduarda Mendonça.
A especialista alerta para a necessidade de políticas públicas que viabilizem a sustentabilidade de negócios, principalmente nos primeiros anos de operação, e fomentem novas startups.