A parceria entre o colégio Master e a Universidade de Fortaleza (Unifor) tem proporcionado uma estrutura de excelência para alunos que se preparam para competições científicas. Recentemente, três estudantes do colégio Master — Vinicius Queiroz, Ian Barreto e Paulo Vinícius de Azevedo — conquistaram medalha de bronze na 59ª edição da Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (IMChO), uma das competições mais desafiadoras do mundo.

O evento, que ocorreu pela primeira vez no Brasil na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contou com a participação de aproximadamente 200 alunos do ensino médio de 40 países. Os três medalhistas fazem parte de um grupo de sete cearenses que se destacaram entre os oito brasileiros premiados nesta edição.

A preparação dos alunos foi intensificada pela colaboração entre o colégio Master e a Unifor. Todas as terças-feiras, os estudantes têm acesso aos laboratórios da graduação em Farmácia, onde realizam atividades práticas essenciais para seu desempenho nas olimpíadas. Os laboratórios, como o de Extratos Vegetais e Enzimas e o de Farmacognosia, são equipados com infraestrutura de padrão universitário.

Importância da Prática na Preparação

Bruna Rocha, professora de Química e tutora dos alunos, enfatiza que o caminho até a fase internacional da olimpíada é rigoroso, envolvendo diversas etapas teóricas e uma prova prática final. “Os alunos são desafiados com conteúdos que normalmente são abordados apenas na graduação. Por isso, ter acesso a esses laboratórios foi crucial para que chegassem bem preparados”, explica.

Hermes Fernandes, professor da graduação em Farmácia e mediador da parceria, ressalta que a experiência com a estrutura universitária prepara os alunos para o padrão internacional das competições. “Aqui, eles encontram um ambiente que simula o que verão nas competições. Além do conhecimento teórico, desenvolvem habilidades práticas, como manuseio de equipamentos e aplicação de protocolos, o que os destaca ainda mais nas competições”, afirma.

Depoimentos dos Medalhistas

Vinicius Queiroz, de 17 anos, que sonha em cursar Engenharia da Computação, destaca a importância da experiência nos laboratórios da Unifor: “A prova teórica pode ser muito difícil, mas a parte experimental é o que realmente pode elevar a nota. A estrutura aqui é semelhante à da prova, e essa preparação é fundamental”.

Ian Barreto, de 18 anos, que considera seguir Engenharia Mecânica ou da Computação, também reconhece a relevância da vivência prática: “Normalmente, os brasileiros se destacam mais na prova experimental. Ter acesso a bons reagentes e equipamentos proporciona mais confiança na hora da prova”.

João Marcelo Alves, de 16 anos, aluno do segundo ano e integrante da equipe olímpica, está iniciando seus treinos práticos na Unifor. Ele compartilha como a experiência tem sido impactante: “Aqui aprendemos como agir durante a prova. Muitas vezes, eles nos dizem o que fazer, mas não como. A vivência nos ajuda a entender o processo, o que melhora nosso desempenho”.

Educação Transformadora

A conquista dos estudantes é um reflexo da qualidade do ensino no Ceará e do potencial transformador das parcerias entre instituições de ensino. A Unifor, ao abrir suas portas e disponibilizar seus laboratórios, contribui para o avanço da educação científica e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de jovens talentos. Hermes Fernandes conclui: “A experiência que os alunos têm aqui, de se ambientar com um laboratório real e receber um treinamento de alto nível, é o que realmente os prepara para competir com os melhores do mundo”.

Sobre a IMChO 2025

A Olimpíada Internacional Mendeleev de Química é uma das competições mais renomadas globalmente. Em 2025, foi realizada na UFMG, em Belo Horizonte, e marcou a estreia de delegações latino-americanas, incluindo Bolívia, México e Venezuela. Dos 15 brasileiros participantes, 10 eram cearenses, responsáveis por sete das oito medalhas conquistadas pelo Brasil.