
O estado de Alagoas se destacou como o segundo do Brasil com a maior proporção de trabalhadores que se deslocam a pé para o trabalho, com um índice de 25,5%. A Bahia lidera essa estatística com 28,3%, enquanto Pernambuco ocupa a terceira posição com 25,3%. Esses dados fazem parte do Censo Demográfico 2022, que analisa o deslocamento para trabalho e estudo, e foram divulgados na última quinta-feira (9).
A média nacional de deslocamento a pé é de 17,7%, e a região Nordeste apresenta o maior percentual entre as regiões do Brasil, com 23,6%. Em seguida, estão o Sul com 17,1%, Sudeste com 16,5%, Norte com 16,3% e Centro-Oeste com 11,3%.
Em Alagoas, em 101 dos 102 municípios, o percentual de deslocamentos a pé superou a média nacional. Maceió, a capital, apresentou uma exceção com apenas 14,9%, refletindo um uso mais intenso de transportes motorizados, como automóveis, ônibus e motocicletas.
Além disso, 13 municípios alagoanos registraram mais de 50% de trabalhadores se deslocando a pé. São Brás lidera o ranking com 63,6%, seguido por Belo Monte (57,2%), Traipu (56,5%), Pindoba (56,3%) e Dois Riachos (55,8%).
De acordo com Alcides Tenório Júnior, superintendente do IBGE em Alagoas, esses dados reforçam o perfil de mobilidade curta nas cidades menores, onde muitos trabalhadores estão empregados perto de suas residências ou têm menos acesso a transportes motorizados.
Os meios de transporte mais utilizados para o trabalho em Alagoas, além do deslocamento a pé, incluem:
- Automóvel: 21,9%
- Motocicleta: 20,9%
- Ônibus: 17,1%
- Bicicleta: 6,1%
Na capital, Maceió, o cenário é diferente, com o automóvel sendo o principal meio de transporte (b 31,4%), seguido por ônibus (29,5%), deslocamento a pé (14,9%) e motocicleta (10,5%). Esse padrão é observado também nas cidades mais populosas e na região metropolitana, onde os transportes coletivos e individuais predominam sobre os deslocamentos a pé.
No que diz respeito ao nível de ocupação, que representa a proporção de pessoas empregadas na população residente com 14 anos ou mais, Alagoas registrou 44,2%, abaixo da média nacional de 53,5%. Apenas Barra de São Miguel (57,7%) e São Miguel dos Milagres (57,1%) superaram a média nacional, enquanto 18 municípios apresentaram níveis de ocupação iguais ou inferiores a 30%, indicando que, em cada 10 pessoas com 14 anos ou mais, sete estão desocupadas ou fora da força de trabalho.
A desigualdade entre os gêneros é notável, com 54,9% dos homens empregados, em comparação com 34,6% das mulheres. No Brasil, esses números são de 62,9% e 44,9%, respectivamente. O nível de ocupação tende a aumentar com a idade, atingindo seu pico entre pessoas de 35 a 39 anos, com 62,2%, e sendo menor nas faixas etárias extremas, de 14 a 17 anos e acima de 65 anos.
A população ocupada em Alagoas se concentra principalmente em:
- Serviços e vendas no comércio: 22,4%
- Ocupações elementares: 20,5%
- Trabalhadores qualificados, operários e artesãos da construção e artes mecânicas: 11,4%
As mulheres têm uma presença maior em profissões relacionadas a ciências, apoio administrativo e comércio, mas sua participação é inferior a 10% em áreas como operações de máquinas e forças de segurança.