João Pessoa 21.13 nublado Recife 23.02 chuva leve Natal 22.12 nublado Maceió 21.69 névoa Salvador 23.98 nuvens dispersas Fortaleza 25.07 nuvens dispersas São Luís 26.11 nuvens dispersas Teresina 26.84 céu limpo Aracaju 24.97 nublado
Cultivo de ostras gera renda para indígenas no Nordeste
20 de abril de 2025 / 11:53
Foto: Reprodução

A comunidade potiguara de Rio Tinto, na Paraíba, tem se destacado no cultivo de ostras, uma prática que vem sendo transmitida de geração para geração. Com uma população de 24.581 habitantes, dos quais 6.175 são indígenas, essa atividade se transformou em uma importante fonte de renda, com as ostras sendo comercializadas até em outros estados, como Pernambuco e Rio Grande do Norte.

O cultivo, que antes servia apenas como subsistência alimentar para os indígenas, agora se consolidou como um negócio, especialmente na Aldeia Jaraguá, localizada na Terra Indígena Monte-Mor. A atividade foi abordada na série ‘Território de Negócios’, exibida no JPB2 da TV Cabo Branco, em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril.

Tradição e Sustentabilidade

O processo de cultivo de ostras na região é realizado de forma independente, sem uma associação formal, conforme explica um dos ostreicultores conhecidos como Major das Ostras. “Cada um tem uma parte aqui. Cada um tem sua produção”, ressalta.

Cristina Potiguara, doutora em Antropologia, enfatiza que as ostras, assim como outros produtos oriundos das áreas de manguezais e marítimas, fazem parte da cultura alimentar da comunidade. Ela destaca que a relação com o cultivo não se limita ao consumo, mas também envolve a preservação das práticas tradicionais.

Antes de serem servidas, as ostras passam por um processo de depuração em outros estados, onde ficam por mais seis meses. Tito Ramalho, professor de gastronomia, explica que esse processo é essencial para garantir a segurança alimentar. “As ostras são animais filtradores e, se houver contaminantes na água, elas podem se contaminar. No processo de depuração, realizamos uma filtração da água e utilizamos agentes de limpeza como cloro, ozônio e luz ultravioleta para torná-las seguras para o consumo”, afirma.

Cristina Potiguara ressalta a importância de alinhar as tradições do cultivo de ostras com as mudanças contemporâneas, afirmando que “o caminhar do saber tradicional com o saber contemporâneo precisam ser juntos”. Essa integração é fundamental para garantir que as práticas culturais e ambientais da aldeia sejam preservadas e respeitadas.