
A intervenção da Executiva Nacional do PSDB resultou na destituição da presidência do partido e na nomeação de Álvaro Porto como interventor. Essa mudança provocou a desfiliação em massa da vice-governadora Priscila Krause e dos 32 prefeitos eleitos pela legenda em Pernambuco, que ocorreu no dia seguinte à intervenção. Em uma declaração, Porto afirmou que “a pior coisa que existe na política é a ingratidão”, referindo-se à sua relação com o governo estadual e a governadora Raquel Lyra (PSD).
Álvaro Porto, que também é presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), criticou a governadora durante um congresso estadual do PSB, onde o presidente Sileno Guedes foi reconduzido ao cargo. Ele ressaltou que o PSDB não faz mais parte da base do governo, afirmando que a partir de sua nomeação, o partido se tornou independente em Pernambuco. Porto enfatizou que seu objetivo é ajudar a população, especialmente a mais carente, e que não se submeterá a interesses políticos de terceiros.
O deputado também comentou sobre a possibilidade de aliança com João Campos (PSB), prefeito do Recife e adversário político de Raquel Lyra, sugerindo uma colaboração em uma futura candidatura ao governo do estado em 2026. Vale lembrar que, anteriormente, Porto havia apoiado a candidatura de Campos à reeleição, criticando o governo estadual por não cumprir suas promessas.
A desfiliação da vice-governadora e dos prefeitos foi classificada pela Executiva Nacional do PSDB como um “ato de extrema deslealdade”, especialmente considerando que o partido foi o que mais elegeu prefeitos em Pernambuco nas eleições de 2024. Com a saída, o PSDB não possui mais nenhuma prefeitura no estado. A nota oficial da Executiva Nacional expressou que a nova direção, sob Álvaro Porto, está focada em reorganizar o partido para as eleições de 2026, visando participar da chapa majoritária e formar candidatos competitivos a deputado federal e estadual.
A intervenção nacional no PSDB terá a duração de 180 dias, podendo ser prorrogada. O ex-presidente Fred Loyo, que foi destituído, também se desfilou do partido em conjunto com os prefeitos e a vice-governadora. Os que se desfiliaram publicaram uma carta conjunta, na qual criticaram a intervenção, chamando-a de “injustificável” e “sem legitimidade política”, e expressaram que a decisão representa um desrespeito às tradições do PSDB.
Priscila Krause, em comunicado, declarou que a intervenção é um ato que não condiz com a democracia, ressaltando a união do grupo político sob a liderança de Raquel Lyra. A governadora, por sua vez, optou por não comentar a situação.
Lista dos prefeitos que deixaram o PSDB:
- André Raimundo – prefeito de Cachoeirinha
- Aninha da Ferbom – prefeita de Nazaré da Mata
- Berg de Hacker – prefeito de Rio Formoso
- Beto do Sargento – prefeito de Belém de Maria
- Biu Abreu – prefeito de Orobó
- Dió Filho – prefeito de Riacho das Almas
- Diógenes Patriota – prefeito de Tuparetama
- Diogo – prefeito de Barra de Guabiraba
- Dona Graça – prefeita de Catende
- Dr. Pedro Alves – prefeito de Iguaraci
- Duguinha – prefeito de São Joaquim do Monte
- Eder – prefeito de Vicência
- Elizinho – prefeito de Carnaubeira da Penha
- Fátima Borba – prefeita de Cortês
- Izalta – prefeita de Ibirajuba
- Joelda Pereira – prefeita de Tacaimbó
- Joia – prefeito de Salgadinho
- Júnior de Rivaldo – prefeito de Saloá
- Júnior Pinto – prefeito de Exu
- Luciano Bonfim – prefeito de Triunfo
- Márcia Barreto – prefeita de Joaquim Nabuco
- Marlos Henrique – prefeito de Maraial
- Paulo Galvão – prefeito de Itamaracá
- Pollyanna Abreu – prefeita de Sertânia
- Professora Elcione – prefeita de Igarassu
- Rael – prefeito de Vertentes
- Ramos – prefeito de Paulista
- Rodrigo Pinheiro – prefeito de Caruaru
- Simãozinho – prefeito de Alagoinha
- Teto Teixeira – prefeito de Moreilândia
- Wellington – prefeito de Ibimirim
- Xicão Tavares – prefeito de Verdejante