O município de Nazária, situado a 30 km de Teresina, tem se tornado um importante ponto de interesse para os estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI), especialmente devido à descoberta de fósseis de vertebrados da Era Paleozoica. No último sábado (31), o programa “Piauí de Riquezas” explorou a paleontologia local, além de abordar a produção de tijolos, a cultura pesqueira, a união entre esporte e natureza, e a influência da fé na região.
O programa começou no Povoado Caititu, onde uma pedreira se transformou em um campo de estudo para os alunos da UFPI. Os pesquisadores, liderados pelo paleontólogo Juan Cisneros, descobriram que os fósseis encontrados pertencem a animais que viveram antes da era dos dinossauros. Cisneros destacou o grande potencial de Nazária para os estudiosos da paleontologia.
Além das descobertas paleontológicas, o programa visitou uma fábrica de tijolos e telhas que utiliza argila de várzea, abundante na região devido à proximidade com o rio Parnaíba. O engenheiro Alexandre Costas informou que a argila de Nazária representa 25% da produção de cerâmica vermelha do estado, sendo conhecida por sua resistência, o que aumenta a qualidade dos produtos fabricados.
Nazária também é reconhecida por sua rica cultura pesqueira, impulsionada pela presença do rio. Um dos proprietários de tanques de peixes, o piscicultor Elias Vitor da Silva, começou sua atividade como um hobby e atualmente possui 12 tanques, com uma capacidade de produção de até 10 toneladas de peixe anualmente.
A conexão entre esporte e natureza também é evidente na cidade, onde um grupo de corredores se reúne a cada 15 dias para realizar trilhas que exploram riachos, áreas de mata e montanhas. A cuidadora de idosos, Francisca Silva Soares, compartilhou que começou a correr após desenvolver diabetes e se tornar sedentária, encontrando na corrida uma forma de melhorar sua saúde.
A fé é outro aspecto significativo da cultura local. No Povoado Campestre, muitos fiéis fazem promessas a uma pedra considerada milagrosa, onde, segundo relatos, foi avistada Nossa Senhora Aparecida. Histórias de cura, como a da jovem Vitória, que superou problemas de saúde graças à fé de sua mãe, Francinete Pereira, reforçam a importância dessa tradição na comunidade.