João Pessoa 28.13 nublado Recife 27.02 nuvens dispersas Natal 29.12 céu limpo Maceió 26.69 nuvens dispersas Salvador 25.98 céu limpo Fortaleza 30.07 céu limpo São Luís 30.11 algumas nuvens Teresina 37.84 algumas nuvens Aracaju 26.97 algumas nuvens
Descubra como o Nordeste vai liderar a transição energética
11 de maio de 2025 / 10:19
Foto: Divulgação

O Nordeste ja está se posicionando na linha de frente da transição energética e ecológica do Brasil. A informação está na arta de Intenções para o Plano Nordeste de Transformação Ecológica. O estudo feito por técnicos do setor que se uniram através do Consórcio Nordeste, aponta  diretrizes fundamentais para o futuro sustentável da região. A princípio, o documento será incorporado ao Plano Brasil de Transformação Ecológica, a ser apresentado pelo ministro Fernando Haddad durante a COP30, em Belém, no mês de outubro.

A entrega simbólica da carta ocorreu na última quinta-feira (8), durante o Brasil Nordeste – 1º Festival de Economia Popular e Solidária, que ocorreu no Centro de Convenções de Salvador. O evento, com entrada gratuita e programação até domingo, debate a construção de uma economia mais justa, inclusiva e ambientalmente responsável.

Nordeste é a região mais promissora para a transição energética

O documento aponta que, embora o Nordeste seja a região mais vulnerável às mudanças climáticas, é também a que concentra as maiores oportunidades para a descarbonização da economia. Essa contradição se transforma em força estratégica: o Nordeste lidera a produção nacional de energia limpa, sendo responsável por mais de 80% da energia eólica e solar gerada no país, segundo dados da ANEEL.

Além disso, é a região com maior potencial para o desenvolvimento do Hidrogênio Verde (H2V), considerado o combustível do futuro.

Desafios enfrentados

O plano reconhece os obstáculos estruturais da região, como:

  • Baixa industrialização histórica
  • Alto índice de desigualdade social
  • Pressão ambiental nas cidades periféricas
  • Falta de saneamento e gestão de resíduos
  • Agricultura intensiva com impacto sobre recursos hídricos
  • Ameaça à caatinga, bioma exclusivo do Nordeste

Oportunidades que fazem do Nordeste um vetor verde

Ao mesmo tempo, o Nordeste se apresenta como um vetor verde de transformação para o país, com potencial em:

  • Energia renovável (solar, eólica, biocombustíveis)
  • Produção de Hidrogênio Verde
  • Agricultura familiar e práticas agroecológicas
  • Riqueza sociobiodiversa
  • Minérios críticos para a indústria sustentável

Assim, confira um resumo das principais desvantagens e potencialidades da região, segundo o plano:

DesafiosOportunidades
Alta vulnerabilidade climáticaMais de 80% da energia solar e eólica do país vem do Nordeste
Desigualdade social e baixa industrializaçãoPotencial líder na produção de Hidrogênio Verde (H2V)
Saneamento básico e resíduos urbanos deficitáriosAgricultura familiar com práticas agroecológicas
Uso intensivo da agricultura convencional e escassez hídricaRiqueza sociobiodiversa e biomas únicos (como a Caatinga)
Baixo acesso à energia renovável em áreas ruraisMinérios estratégicos para transição energética (ex: lítio, nióbio, terras raras)

Um plano regional com impacto nacional

De acordo com Pedro Henrique Lima, representante do Consórcio Nordeste, o Plano Nacional de Transformação Ecológica precisa de um recorte regional específico:

“Falar do Brasil como um todo achando que se está promovendo igualdade é, na verdade, reproduzir desigualdades”.

Já para Augusto Vasconcelos, secretário da Setre-BA, o plano construído pelos estados nordestinos representa uma contribuição real à descarbonização do planeta:

“Estamos atraindo investimentos e fortalecendo o elo entre sustentabilidade, universidades e comunidades”.

Dessa forma, com estratégia robusta, investimento em inovação e compromisso com a justiça social, o Nordeste se apresenta não apenas como região que sofre os impactos das mudanças climáticas, mas como protagonista da solução — liderando o Brasil rumo a um futuro mais verde e justo.