
Em 2024, o estado da Paraíba registrou um total de 126 mil multas de trânsito, com infrações como a falta de capacete e o uso de veículos não licenciados se destacando entre as mais frequentes. Os dados, obtidos pela CBN João Pessoa através da Lei de Acesso à Informação, revelam que o Detran-PB arrecadou mais de R$ 18 milhões em multas, representando um aumento superior a 20% em comparação ao ano anterior.
A diretora de operações do Detran, Roberta Neiva, enfatizou a importância da fiscalização para a segurança viária, afirmando: “Um trânsito seguro demanda uma alteração de comportamento do condutor, mas também uma política pública efetiva”.
Para o próximo ano, parte da arrecadação será destinada à aquisição de novos equipamentos, como reboques e motorhomes, que visam fortalecer as operações de fiscalização. Roberta também destacou que os recursos arrecadados são utilizados para financiar ações de educação no trânsito, afirmando: “É preciso que a população saiba que o Detran não tem interesse de autuar o condutor. Mas é preciso que o condutor se comporte de acordo com a legislação para que essa infração não ocorra e, por consequência, não haja uma autuação e a cobrança do valor correspondente. Visitamos todos os municípios da Paraíba com ações educativas, atingindo quase 100 mil pessoas”.
A transparência na aplicação dos recursos arrecadados é uma preocupação levantada pelo professor Marcelo Bispo, do Departamento de Administração da UFPB. Ele defende que o site do Detran deve ter um espaço específico que informe sobre a arrecadação proveniente de multas e o destino desses valores. “Porque as pessoas têm uma sensação, em geral, de que a multa é uma injustiça”, afirmou.
Além disso, o Detran da Paraíba foi reconhecido nacionalmente em 2024 por suas iniciativas, que incluíram programas educativos envolvendo empresas e a comunidade. Roberta Neiva reiterou a necessidade de que a educação para o trânsito alcance todos os segmentos da sociedade, afirmando: “É preciso que a educação para o trânsito atinja todo o extrato social para que essa mudança de cultura, para uma cultura de paz, efetivamente aconteça”.