No coração do Nordeste pulsa um som inconfundível, que embala festas, histórias de amor, saudade e resistência cultural: é a sanfona, símbolo maior do forró e das tradições nordestinas. E hoje, 26 de maio, é o dia de homenagear aqueles que, com talento e emoção, transformam esse instrumento em pura poesia musical.
A princípio, o Dia Nacional do Sanfoneiro foi instituído oficialmente no Brasil com a sanção da Lei nº 14.140, em 19 de abril de 2021, e desde então é comemorado anualmente. Em suma, a escolha da data não é por acaso: ela marca o nascimento de um dos maiores gênios da música brasileira, o paraibano Severino Dias de Oliveira, conhecido mundialmente como Sivuca, nascido em 26 de maio de 1930.
Sivuca: o Maestro da Sanfona
Sivuca foi muito mais que um sanfoneiro. Ao mesmo tempo foi multi-instrumentista, arranjador, maestro e compositor, com uma carreira que ultrapassou fronteiras. Dono de uma genialidade rara, tocou com nomes como Miriam Makeba, Hermeto Pascoal e Chico Buarque, e participou de mais de 200 discos. Desse modo, misturou forró com choro, frevo, bossa nova, maracatu, jazz e até música clássica.
Assim, sua sanfona foi ponte entre o regional e o universal, colocando o som nordestino em palcos do mundo inteiro — sem nunca perder a identidade do Sertão.
Conheça 10 Mestres da Sanfona no Nordeste
Dessa forma, confira uma lista com os dez dos maiores sanfoneiros nordestinos de todos os tempos — artistas que fizeram e continuam fazendo história com talento, originalidade e profundo respeito à cultura popular.
| Sanfoneiro | Estado de Origem | Destaques |
|---|---|---|
| Luiz Gonzaga | Pernambuco | Rei do Baião, criador do forró moderno, eternizou clássicos como Asa Branca. |
| Sivuca | Paraíba | Gênio versátil, misturou forró com jazz e música erudita. |
| Dominguinhos | Pernambuco | Herdeiro musical de Gonzaga, levou a sanfona à MPB com elegância e alma. |
| Mestrinho | Sergipe | Revelação contemporânea, já tocou com Gil, Maria Bethânia e João Gomes |
| Oswaldinho do Acordeon | Pernambuco | Referência técnica, uniu virtuosismo à tradição popular. |
| José Calixto | Paraíba | Se destacou pela sua habilidade na sanfona de oito baixos. |
| Flávio José | Paraíba | Ícone do forró romântico e das festas juninas do interior. |
| Waldonys | Ceará | Sanfoneiro destaque desde pequeno é um ícone do instrumento. |
| Valtinho do Acordeon: | Bahia | Se destacou pela sua habilidade em tocar músicas de forró e outros ritmos populares. |
| Targino Gondim | Bahia | Popularizou o forró nas novas gerações; autor de Esperando na Janela. |
Mais que Música: Identidade e Resistência
Ao mesmo tempo, a sanfona não é apenas um instrumento — é voz do povo nordestino, trilha sonora das feiras, dos terreiros, das festas de São João. Além disso, cada acorde evoca uma memória coletiva: o sertão, o romance matuto, a fé, a seca, a esperança.
Celebrar o Dia Nacional do Sanfoneiro é também valorizar nossa cultura, incentivar novos talentos e manter viva uma das expressões mais autênticas da música brasileira.
Viva a sanfona! Viva o Nordeste!
Seja no pé de serra ou na fusão com outros ritmos, a sanfona continua a emocionar gerações. No palco ou na praça, o sanfoneiro é sempre protagonista — e hoje, mais do que nunca, é dia de aplaudi-lo de pé.