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Educação pública do RN volta às aulas com restrição ao uso de celulares nas escolas
10 de fevereiro de 2025 / 16:21
Foto: Divulgação

As aulas nas mais de 500 escolas públicas do Rio Grande do Norte foram reiniciadas nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, com a expectativa de atender aproximadamente 190 mil alunos matriculados para o ano letivo de 2025. Um dos principais destaques dessa volta às aulas é a nova regra que proíbe o uso de celulares nas instituições de ensino.

A legislação federal, sancionada em janeiro, estabelece restrições ao uso de celulares tanto em escolas públicas quanto privadas, abrangendo as salas de aula e os intervalos. No entanto, o uso dos dispositivos é permitido para fins pedagógicos, desde que autorizado pelos professores, além de casos relacionados a acessibilidade, saúde e segurança.

O Ministério da Educação (MEC) concedeu autonomia às escolas para decidir como implementar a nova norma, levando em consideração a realidade de cada comunidade escolar. Cleonice Kozerski, secretária adjunta de educação, enfatizou a importância do diálogo nesse processo: “O que a gente fez foi uma orientação que todos comecem pelo diálogo. O MEC também fez um manual de sugestões, então a gente vai ver como as coisas vão fluindo. Mas lembrando que não é só um dever da escola. A escola reúne conselhos, a comunidade, os pais, porque isso tem um objetivo muito mais amplo do que só tirar o celular, é a aprendizagem, é a saúde mental, porque a escola é um espaço também de convivência”.

Na Escola Estadual Walfredo Gurgel, localizada na Zona Sul de Natal, os alunos são orientados a desligar e guardar seus celulares na bolsa ao chegarem à instituição. A vice-diretora, Fátima Davim, destacou que será realizado um trabalho de conscientização para ajudar os estudantes a entenderem a nova regra: “Nós vamos fazer um trabalho de conscientização, vamos criar estratégias para que a gente conscientize os alunos, chamar a família para fazer parte desse momento e ficarmos acompanhando. É uma questão urgente, para saúde mental dos nossos jovens e a gente vai fazer de tudo para que eles se conscientizem”.

As opiniões dos alunos sobre a proibição são divergentes. Victor César acredita que a medida trará resultados positivos: “Eu acho que vai dar certo, porque vi umas notícias que muitos alunos estão melhorando o desenvolvimento escolar”. Por outro lado, Clara Cristina expressou sua insatisfação, argumentando que o uso do celular poderia ser permitido em alguns momentos, especialmente durante os intervalos mais longos: “Não gostei tanto. Como a gente estuda no integral, na hora do intervalo, na hora do almoço, como é um intervalo um pouco mais estendido, acho que poderia usar o celular, falar com nossos pais. Mas com essa proibição fica mais difícil essa comunicação”.

Na Escola Estadual Santos Dumont, em Parnamirim, os estudantes estão ansiosos para ver como a nova regra afetará sua rotina escolar. Hugo Victor opinou que a proibição não é necessária, sugerindo que a conscientização seria suficiente: “Eu acho que não deveria realmente proibir o celular. É só ter a conscientização que você não pode usar o celular dentro de sala na hora que tem alguém explicando”. Em contrapartida, Alice Gomes defendeu a medida, ressaltando que pode ajudar alunos com dificuldades sociais: “No meu ponto de vista, acho que está certo. Porque tem muita gente que tem fobia social, não consegue socializar, e acho que vai ajudar muito eles a socializar”.

A diretora da Escola Estadual Santos Dumont, Emanuella Carlos, informou que a aplicação da nova lei foi discutida em reuniões com pais e professores, ressaltando que o uso do celular será permitido em situações que exigirem tecnologia: “Semana passada nós tivemos uma reunião de acolhimento com as famílias, já abordando esta temática que tem causado tantas polêmicas, tantas inquietações. A escola está preparada, o corpo docente vai fazer um trabalho educativo, nós teremos palestras. E, claro, o uso do celular vai ser acolhido em momentos necessários, como uma atividade que requeira um aplicativo, nós temos laboratórios, então os estudantes não vão deixar de interagir com as tecnologias”.