
Conhecida por tornar o improvável possível, a Embrapa Agroindústria Tropical deu início a um ambicioso projeto: aclimatar o pistache ao semiárido nordestino. Atualmente, 100% do pistache consumido no Brasil é importado, e a demanda segue em alta, com as compras externas triplicando desde 2022.
Pesquisa quer produção nacional do Pistache
O plano prevê o início do cultivo no Ceará até 2027, com expectativa de colheitas comerciais a partir de 2035. Para isso, a Embrapa busca adaptar a planta, que exige longos períodos de frio para florescer, utilizando hormônios e indutores capazes de estimular seu desenvolvimento em climas quentes.
Apesar dos desafios, a equipe aposta na experiência adquirida com a tropicalização de outras culturas, como maçã e caqui. “Não basta plantar, é preciso garantir viabilidade comercial”, destaca Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical.
O projeto ainda está em fase inicial, com previsão de importação do material genético dos Estados Unidos para testes. Se bem-sucedida, essa iniciativa pode transformar o Nordeste em um polo produtor de pistache, agregando valor à economia local e posicionando o Brasil como pioneiro em uma nova fronteira agrícola.
Ceará pode se tornar pioneiro na produção de pistache no Brasil
O Ceará está prestes a entrar para a história da agricultura nacional ao se tornar pioneiro na produção de pistache no Brasil. Conhecida como “ouro verde” do Oriente Médio, essa oleaginosa de alto valor agregado pode encontrar na Serra da Ibiapaba um ambiente favorável para seu cultivo, desafiando os limites do clima tropical.
A iniciativa, liderada pela Embrapa Agroindústria Tropical, busca adaptar o pistache às condições locais, aproveitando as temperaturas mais amenas da região. O projeto surgiu após visitas da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) à Califórnia, maior produtora mundial ao lado do Irã. Lá, o pistache se desenvolve em climas com invernos rigorosos – um desafio que os pesquisadores da Embrapa pretendem superar por meio de técnicas inovadoras.
Segundo Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, o pistache precisa de pelo menos dois meses de temperaturas abaixo de 10°C para florescer. Agora, os estudos se concentram em viabilizar essa adaptação, seguindo os passos bem-sucedidos de outras culturas, como macieiras e caquizeiros.
Se o projeto for bem-sucedido, o Ceará não apenas reduzirá a dependência nacional das importações, mas também abrirá um novo capítulo na agricultura brasileira, posicionando-se como referência na produção tropical de pistache.