
A presença de empreendedoras do Maranhão na Loja Colaborativa Brasil BioMarket, localizada na Green Zone da COP30 em Belém (PA), tem se destacado como um importante espaço para a promoção de pequenos negócios sustentáveis do estado. Este local funciona como uma vitrine nacional da bioeconomia, reunindo produtos que utilizam recursos da Amazônia e de biomas maranhenses, atraindo a atenção de visitantes de diversas partes do Brasil e do mundo.
Os produtos disponíveis na loja variam de cosméticos naturais e biojoias a doces e artesanato, todos elaborados por pequenos empreendimentos maranhenses. Para as empreendedoras, a participação na COP30 representa uma oportunidade de visibilidade tanto nacional quanto internacional.
Entre as marcas em destaque está a Sintropia Cosméticos, fundada por Carol Frota, que oferece dermocosméticos elaborados com ingredientes oriundos da Amazônia, Cerrado e Mata dos Cocais, como babaçu, vinagreira, copaíba e andiroba. Durante o evento, a marca atraiu a atenção de personalidades, como a atriz e empresária Luiza Brunet, que elogiou o hidratante corporal com aroma de cumaru, conhecido como baunilha amazônica, e o óleo de babaçu. Carol compartilhou sua experiência, mencionando que a atriz demonstrou interesse em que ela palestrasse ao seu lado, mas devido à agenda apertada, não foi possível.
Reconhecimento e apoio
Carol destaca que sua participação na conferência é fruto de uma parceria desenvolvida ao longo dos anos com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ela expressa seu sentimento de reconhecimento ao apresentar os produtos da Sintropia na COP30, ressaltando a importância do apoio recebido para transformar suas fórmulas em produtos comercializáveis. A marca iniciou suas atividades em 2020 com o cultivo de uma agrofloresta e, desde 2022, tem se consolidado no mercado de cosméticos, ampliando sua rede de fornecedores, que inclui cooperativas que praticam manejo sustentável. O babaçu, segundo Carol, é um ingrediente essencial em quase todas as suas fórmulas.
Outra marca representada na BioMarket é a Sabor e Arte Quilombola, liderada por Rosa Gaspar, que oferece doces feitos a partir do mesocarpo do babaçu, biojoias e peças artesanais com sementes naturais, provenientes de um território quilombola no Maranhão. Rosa compartilha que a experiência de ver seus produtos expostos na COP30 foi inesquecível para o grupo. Ela atribui essa conquista ao apoio do Sebrae, expressando sua felicidade pela visibilidade que o Sabor e Arte alcançou, além do crescimento nas redes sociais e do contato com novos clientes que puderam conhecer a história por trás dos produtos.
Os itens da Sabor e Arte são elaborados de forma artesanal, sem aditivos químicos, o que atrai consumidores que buscam produtos naturais e sustentáveis.
A Loja Brasil BioMarket está aberta das 8h às 22h, no Pavilhão 2 da Green Zone, e também realiza vendas por meio de um marketplace. Durante a primeira semana de funcionamento, o espaço registrou um movimento superior a R$ 500 mil, evidenciando o interesse do público pela bioeconomia.
Apoio ao fortalecimento da bioeconomia
Para o Sebrae Maranhão, a COP30 é mais do que uma simples vitrine; é uma oportunidade real de acesso ao mercado, além de promover conexões e fortalecer a bioeconomia maranhense. César Guimarães, gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae Maranhão, enfatiza que iniciativas como as da Sintropia e Sabor e Arte refletem o impacto de empreendedores que combinam criatividade, sustentabilidade e conhecimentos tradicionais.
Ele ressalta que, além de ser um evento internacional que aborda questões climáticas e de sustentabilidade, a COP30 oferece uma excelente plataforma para acesso ao mercado, demonstrando ao mundo a qualidade dos produtos maranhenses que utilizam os biomas de maneira sustentável. O Sebrae se dedica a orientar, posicionar e conectar esses empreendedores, auxiliando-os a ganhar visibilidade e inspirar outros negócios a seguir o caminho da bioeconomia.
As histórias de Carol e Rosa simbolizam um movimento crescente no Maranhão, onde pequenos negócios transformam saberes tradicionais e recursos naturais em produtos de alto valor agregado, promovendo tanto a geração de renda quanto a preservação ambiental. Na COP30, os produtos apresentados por essas mulheres maranhenses revelam ao público internacional que o estado é um exemplo em inovação, sustentabilidade e valorização de seus territórios.