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Entenda por que 90% dos dados da internet no Brasil passam por uma praia no Ceará
21 de junho de 2025 / 20:18
Foto: Divulgação

Uma reportagem recente da BBC News Brasil destacou a importância dos cabos submarinos de fibra óptica que estão ancorados na praia do Futuro, em Fortaleza. Com 16 cabos, essa localização detém o maior número de cabos submarinos da América Latina, conectando o Brasil a diversos destinos internacionais, incluindo Europa, África, Caribe e Estados Unidos.

Embora o avanço das redes móveis, como o 5G, e a computação em nuvem possam sugerir uma internet sem fio, a realidade é que a infraestrutura que sustenta a internet é, em grande parte, composta por cabos. Atualmente, existem quase 600 cabos submarinos de fibra óptica que formam a espinha dorsal da internet global, permitindo que dados sejam transmitidos entre continentes. Essa estrutura é responsável por tudo, desde filmes em serviços de streaming até fotos compartilhadas em redes sociais.

Fortaleza se destaca como um dos principais centros de conectividade do mundo, sendo a 17ª cidade global em termos de cabos submarinos, de acordo com a TeleGeography. A localização geográfica favorável da cidade, próxima a várias regiões do mundo, e suas características geológicas, como um leito oceânico estável, tornam-na ideal para a ancoragem desses cabos.

Além disso, a cidade é um importante destino turístico, atraindo visitantes para suas famosas barracas de praia, o que contribui para a especulação imobiliária na área. A produção crescente de energia renovável no Ceará também fortalece a posição de Fortaleza como um hub de conectividade.

Dados recentes indicam que Fortaleza ultrapassou o Rio de Janeiro em tráfego de dados, tornando-se a segunda cidade brasileira com maior volume de informações trocadas na internet, atrás apenas de São Paulo.

Os cabos submarinos funcionam como rodovias que transportam dados entre data centers, que atuam como os “cérebros” da internet. Esses centros, onde empresas como Google e Amazon armazenam dados, possuem altos níveis de segurança, com acesso controlado e ambientes monitorados constantemente. Em Fortaleza, há atualmente seis data centers operando, com outros três em construção, totalizando investimentos de R$ 2,1 bilhões.

Um projeto ambicioso está em andamento para a construção de um mega data center na região do porto do Pecém, que deve receber investimentos de R$ 50 bilhões e atrair o interesse de grandes empresas de tecnologia, como a ByteDance, proprietária do TikTok.

Os cabos submarinos têm uma vida útil média de 25 anos, mas podem sofrer danos técnicos ou sabotagens. Reparos em regiões costeiras podem ser realizados por mergulhadores, mas problemas em grandes profundidades exigem técnicas mais complexas, como o uso de robôs. A geopolítica global também tem se voltado para a segurança desses cabos, que são vitais para a comunicação internacional.

Caso um cabo submarino ancorado na praia do Futuro apresente problemas, a consequência imediata poderia ser a lentidão na atualização de conteúdos de serviços como a Netflix. No entanto, a maior parte do tráfego de internet no Brasil é gerado internamente, o que minimiza os impactos em geral.