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Escolas do Rio Grande do Norte utilizam música, dança e lendas para preservar o folclore nas aulas
22 de agosto de 2025 / 11:13
Foto: Divulgação

No Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, as escolas do Rio Grande do Norte se tornam verdadeiros palcos de celebração da cultura popular. Através de cordéis, danças, lendas e culinária típica, alunos e professores se dedicam a resgatar tradições que fazem parte da identidade potiguar, estabelecendo uma conexão entre saberes ancestrais e as novas gerações.

Em Natal, o Instituto Educacional Casa Escola promoveu uma semana inteira de atividades voltadas para o folclore. Os alunos participaram de brincadeiras tradicionais, como pé de lata, cantigas de roda e trava-línguas, além de releituras de personagens folclóricos, incluindo o Saci e o Curupira, e lendas como a da Vitória-Régia e a da Viúva Machado, que tem origem na própria cidade.

“Eles estudaram mitos e lendas locais, pesquisaram sobre o Papa Figo e confeccionaram brinquedos como o pé de lata. Além disso, trabalharam com simpatias, trava-línguas e adivinhações. Tudo isso se relaciona com a escrita, a linguagem e até mesmo a culinária, pois a cultura permeia todo o currículo”, destaca a diretora pedagógica da escola, Priscila Griner.

As crianças tiveram a oportunidade de explorar mitos populares e participar de rodas de conversa sobre a presença da cultura em seu cotidiano, além de conhecer a obra de Câmara Cascudo, um dos maiores folcloristas do Brasil. A programação incluiu também atividades manuais, capoeira e um lanche coletivo com receitas tradicionais.

“Valorizar a cultura é um compromisso que temos. É uma orientação da Secretaria de Educação, que determina que as escolas abordem o folclore. Aqui, temos o cuidado de integrar essas manifestações ao longo do ano”, explica Priscila, ressaltando que o folclore enriquece a formação das crianças, conectando o aprendizado à vida.

No Complexo de Ensino Noilde Ramalho, em Natal, o Festival do Folclore Brasileiro transforma a escola em um espaço de vivência cultural, onde música, dança, literatura e exposições resgatam memórias e histórias do Brasil.

“O festival é mais do que uma agenda cultural; é um reencontro com nossas raízes e um convite à reflexão sobre a importância de manter vivas as tradições que formam a identidade do nosso povo”, afirma Lucilla Ramalho, diretora geral do Complexo.

Na escola, o folclore é abordado de maneira transversal, integrando diversas disciplinas. Os alunos participam de leituras de lendas, danças, cantigas, brincadeiras populares e produções artísticas. Atividades práticas, como a criação de murais e exposições, concursos culturais e exibições de filmes, possibilitam que a aprendizagem se conecte com a experiência cultural.

“Ao apresentar tradições locais e nacionais, como o Saci e a Iara, mostramos aos alunos a riqueza cultural próxima de sua comunidade. Isso fortalece o sentimento de pertencimento e constrói uma identidade cultural sólida”, complementa Lucilla.

Durante o mês de agosto, diversas ações estão sendo realizadas, incluindo pesquisas e produções sobre lendas nacionais e tradições locais, ensaios de danças folclóricas, criação de exposições e murais interativos, concursos culturais e exibições de filmes que resgatam memórias da cultura popular.

O trabalho das escolas se alinha à programação da Fundação José Augusto (FJA), que, ao longo de agosto, promove o evento “A Gosto do Folclore”, celebrando os 18 anos do Registro do Patrimônio Vivo do RN (RPV). Essa iniciativa reconhece mestres e grupos tradicionais que mantêm viva a identidade cultural potiguar.

Entre as atividades programadas, destacam-se:

  • Exposição Folguedos e Tradições, na Pinacoteca do Estado – Natal (até 30/08)
  • Exposição Registro do Patrimônio Vivo do RN, no Teatro Candinha Bezerra – Santa Cruz (até 30/08)
  • Exposição História dos Festejos Juninos, em quatro escolas estaduais de Natal (até 22/08)
  • Espetáculo Rimas Potiguares, com Felipe Pereira e Erasmo Ferreira, no Teatro Candinha Bezerra – Santa Cruz (21/08, 19h)
  • Apresentações de grupos do RPV, no Centro de Turismo de Barra de Cunhaú – Canguaretama (23/08, 19h)

A FJA ressalta que a programação integra cultura, educação e memória, enfatizando a importância de transmitir às novas gerações o conhecimento sobre manifestações culturais como o Boi de Reis, Pastoril, Coco de roda, Chegança e Fandango.

Em setembro de 2024, o Rio Grande do Norte instituiu o Programa Estadual de Valorização do Folclore, por meio da Lei nº 11.903/2024. Essa norma estabelece ações para promover a preservação do folclore brasileiro, regional e local, estimulando atividades educativas, culturais e comunitárias em escolas e espaços públicos. Entre os objetivos da lei estão a realização de atividades mensais, o incentivo à tolerância e à diversidade cultural, além da manutenção do Dia do Folclore no calendário oficial do Estado.