
O Hospital Universitário Presidente Dutra, vinculado à Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), alcançou um marco significativo ao realizar o primeiro transplante de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. O paciente, um homem de 63 anos oriundo de Maracaçumé, está sendo tratado por mieloma múltiplo, uma forma de câncer que afeta a medula óssea e compromete a produção de anticorpos.
De acordo com informações do HU-UFMA, o paciente está se recuperando bem após o procedimento e permanece internado, aguardando a adaptação das novas células em seu organismo.
Transplantes Autólogos
Inicialmente, o hospital realizará transplantes de medula óssea do tipo autólogo, onde as células-tronco são retiradas do próprio paciente e reinseridas em sua corrente sanguínea. Este tratamento é indicado para pacientes com doenças como mieloma e linfomas, ambos tipos de câncer.
A hematologista Bruna Rocha explica que “atualmente, realizamos o transplante autólogo, onde utilizamos as células do próprio paciente. No início, ele coleta as células, passa por uma quimioterapia em altas doses e, em seguida, essas células são reintroduzidas para restaurar a medula danificada pela quimioterapia”.
O procedimento inédito oferece esperança de cura para outros pacientes que aguardam na fila. Francisco Lopes, um aposentado que será o segundo a passar pelo transplante no Maranhão, teve sua produção de células da medula óssea comprometida após um diagnóstico de câncer no ano anterior. Sua cirurgia está agendada para outubro, e ele se encontra na fase final do tratamento de quimioterapia.
“Senti dores intensas e, após realizar exames, fui encaminhado para o Tarquínio Lopes, conhecido como Hospital Geral. Depois de uma série de exames, foi diagnosticado mieloma múltiplo”, relatou Francisco Lopes Neto.
Para atender à demanda de transplantes no Maranhão, o HU-UFMA precisou expandir sua estrutura. A unidade, que já realizava diversos tipos de transplantes, como renal, de fígado, coração e córnea, agora tem a capacidade de realizar até dois transplantes de medula óssea por mês.
O hematologista Yuri Nassar ressalta que “a abertura desse serviço possibilita que nossos pacientes tenham acesso mais rápido a essa terapia. O transplante autólogo não requer que um doador externo esteja disponível, pois o próprio paciente é o doador. Com a estrutura adequada e leitos disponíveis, conseguimos realizar esses procedimentos e atender a nova demanda”.