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Estado no Nordeste se destaca na nova rota das montadoras chinesas
27 de abril de 2025 / 12:53
Foto: Divulgação

O cenário industrial do Nordeste brasileiro está passando por uma transformação significativa com a chegada de grandes fabricantes de automóveis, especialmente as marcas chinesas. Omoda e Jaecoo, duas empresas emergentes do setor automotivo internacional, estão se preparando para iniciar a produção de veículos no Brasil, escolhendo o Ceará como base estratégica para essa nova fase de expansão.

O movimento reforça a tendência de descentralização da indústria automotiva, tradicionalmente concentrada no Sudeste, e coloca o Nordeste — em especial o Ceará — como um novo polo de destaque, combinando potencial de consumo crescente, vantagens logísticas e infraestrutura portuária privilegiada.

Ceará ganha protagonismo com nova fase da antiga fábrica da Troller

O ponto de partida dessa nova fase da indústria automotiva cearense é a antiga planta da Troller, localizada em Horizonte, paralisada desde 2021. Em 2024, o espaço foi adquirido pela Comexport, que planeja transformá-lo em um complexo industrial multimarcas.

A estratégia inclui o uso do sistema CKD (Completely Knocked Down), no qual os veículos chegam desmontados e são montados no Brasil — um modelo que reduz custos tributários e agiliza a operação.

A decisão de instalar essa operação no Ceará não foi por acaso. O estado oferece uma infraestrutura consolidada. A princípio, inclui o fácil acesso aos portos de Pecém e Mucuripe, o que favorece tanto a importação de peças quanto a futura exportação de veículos. Além disso, o ambiente de negócios vem se tornando cada vez mais atrativo, impulsionado por políticas estaduais de incentivo à industrialização.

Logística, mercado e estratégia tributária impulsionam a mudança

Com o Nordeste ganhando espaço no consumo interno de veículos e uma malha rodoviária e portuária em expansão, o potencial logístico da região se soma a outro fator determinante: as novas regras de tributação para veículos importados. Então, a partir de julho de 2026, as alíquotas para carros que vêm do exterior serão elevadas gradualmente até atingir 35%. Em suma, isso torna a produção local muito mais vantajosa para empresas que buscam competitividade no mercado brasileiro.

Nesse contexto, acelerar o processo de montagem em território nacional se tornou prioridade. A expectativa da Comexport é iniciar as operações no Ceará ainda este ano,. Desse modo, aproveitando a estrutura já existente da antiga Troller. E isso pode reduzir o tempo de entrada dos novos modelos da Omoda e Jaecoo no mercado.

Expansão chinesa e o papel crescente do Nordeste

A movimentação de Omoda e Jaecoo é apenas parte de uma tendência maior: outras marcas chinesas como BYD e GWM também estão expandindo suas operações no Brasil, com destaque para o projeto da BYD em Camaçari (BA), onde será reativado o antigo complexo da Ford.

Além disso, a marca Neta Auto também demonstra interesse em utilizar o parque industrial cearense, com planos de montar até quatro modelos no país. Assim, essa movimentação coloca o Nordeste em um novo patamar de centro de inovação e geração de empregos em um setor de alto valor agregado.

Perspectivas promissoras para a indústria automotiva nordestina

O avanço dessas iniciativas sinaliza um futuro promissor para o setor automotivo no Nordeste, com a possibilidade de ampliação da cadeia produtiva local, aumento da oferta de empregos qualificados e fortalecimento da economia regional. Dessa forma, a entrada de marcas globais também representa maior diversidade de produtos e tecnologias para o consumidor brasileiro.

Portanto, o Ceará, em particular, vem consolidando sua posição como porta de entrada para o investimento internacional na indústria automotiva, apostando em sua localização estratégica, estrutura logística eficiente e um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico.