A Paraíba e o Rio Grande do Norte alcançaram posições de destaque na economia em 2024. De acordo com pesquisa realizada pelo Banco do Brasil, os estados tiveram alta de 6,6% e 6,1%, respectivamente no Produto Interno Bruno (PIB) em 2024. O Ceará aparece em 11º lugar, com alta de 3,9%, seguido por Pernambuco, Maranhão, Piauí e Sergipe (3,6%), acima da média nacional (3,5%). Já Alagoas e Bahia registraram, na ordem, 3,1% e 2,9%.
No grupo dos 10 maiores estados com crescimento econômico registrado na Resenha Regional do Banco do Brasi também estão presentes os estados do Norte, Sudeste e do Centro-Oeste: Tocantins (6,0%), Amapá (5,8%), Espírito Santo (5,3%), Amazonas (5,2%%), Distrito Federal (5,1%), Pará (4,8%), Roraima (4,6%) e Acre (4,4%).
O documento também apontou que todos os indicadores da economia nordestina mantiveram resultados acima da média alcançada pelo País. Na indústria, o Nordeste alcançou 3,4%, superior aos 3,3% do Brasil. No setor de serviços, a diferença foi maior a favor da região: 4% contra 3,6%.
Setor de serviços impulsiona Norte e Nordeste
De acordo com o economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, João Rogério Filho, por ter um impacto muito forte na economia global, o setor de serviços foi responsável por elevar a economia nas duas regiões.
“A característica dos estados do Norte e do Nordeste é de uma dependência bem menor da atividade primária (agropecuária). Isso faz com que eles passem a depender mais ou terem a sua base econômica mais fundada no setor terciário, no segmento de serviços, e esse sendo realmente algo que tem um impacto muito forte na economia global e na economia brasileira como um todo, representando mais de 70% da economia brasileira, então a leve retração que apresentou a agricultura foi fartamente compensada pelo avanço do segmento de serviços nessas duas regiões”, afirma.
Além disso, o levantamento mostra que a agropecuária obteve retração em quase todas as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, com média de 3,8%. O impacto negativo foi menor no Nordeste, que registrou queda de 1,7%, enquanto a média nacional foi de -2,5%.
Queda na agropecuária e indústria impactaram negativamente o PIB nacional
O economista explica ainda que, no recorte nacional, a dependência da economia brasileira é maior para o setor agropecuário e agroindústria do que no recorte regional Norte e Nordeste. “A maior participação desse segmento no PIB nacional do que nos PIBs regionais fez com que a queda esperada de mais de 3% tenha tido um impacto mais forte negativamente do que no Nordeste”, afirma.
Mais investimentos federais
Ainda de acordo o economista, o crescimento nas duas regiões pode ser um reflexo dos recursos destinados pelo atual Governo Federal. “Se nós nos lembrarmos, o governo anterior, ele tinha uma política até mesmo de retaliação aos estados do Nordeste, que naquele mandato, tinha a totalidade dos estados e seus governadores alinhados com a esquerda, com a candidatura do PT, perdedora. Mas agora voltamos ao jogo e ficamos mais equilibrados”, aponta.
Ainda com relação ao cenário macroeconômico nacional, a análise do Banco do Brasil destacou o saldo acumulado de emprego para 2024 até o mês de novembro, com 2,2 milhões de postos de trabalho. A taxa de desocupação chegou a 6,1% no trimestre móvel encerrado no mesmo mês, representando o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2012.
O cenário projetado para 2025 pelo Banco do Brasil indica saldo positivo de 1,9% para a economia nordestina. Nesta projeção, o setor agropecuário deve marcar 2,9% e deve alcançar o melhor desempenho no ano.