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Estudantes da Bahia criam biofilme sustentável para preservar frutas e legumes
2 de novembro de 2025 / 12:53
Foto: Divulgação

A deterioração de alimentos é um desafio constante para muitos consumidores, que frequentemente se deparam com frutas e legumes estragados em pouco tempo. Em uma iniciativa inovadora, um grupo de sete estudantes do interior da Bahia criou um biofilme sustentável, com o objetivo de aumentar a durabilidade desses produtos.

O que é o biofilme?

Esse material foi projetado para substituir o plástico filme, ajudando a conservar frutas e legumes, além de reduzir o descarte inadequado de plásticos no meio ambiente.

Os jovens cientistas que estão à frente desse projeto são Welington Oliveira, Maria Eduarda, Alana Souza, Maria Gabriela, Maria Leticia, Elainy de Jesus e Sara Luane, todos alunos do Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, localizado em Santa Bárbara, a aproximadamente 35 km de Feira de Santana. As professoras Andrea Bonfim e Indira Tainá de Oliveira, do curso técnico de Agroindústria, atuam como orientadoras do grupo.

Detalhes do projeto

O biofilme desenvolvido é uma película fina, transparente e biodegradável que forma uma camada protetora sobre os alimentos. Os estudantes utilizaram matérias-primas locais com propriedades plastificantes, como amido de milho, batata e mandioca, que são abundantes na região de Santa Bárbara. Essas substâncias contêm amilose e amilopectina, moléculas que ajudam a criar géis firmes e viscosos.

Welington Oliveira destaca as vantagens do produto:
“Além de ser sustentável e não poluir o meio ambiente como o plástico comum, nosso produto valoriza recursos locais. Isso nos permite reduzir resíduos poluentes, aumentar a vida útil dos alimentos e incentivar o uso de materiais da região”.

Os testes iniciais incluíram a aplicação de diferentes tipos de amido e a análise de suas características, como opacidade, resistência e solubilidade. O foco é verificar na prática a eficácia do biofilme na conservação de frutas e verduras. A próxima fase do projeto, conforme Indira Tainá de Oliveira, será a aplicação do biofilme em alimentos para determinar qual matéria-prima proporciona a maior durabilidade e melhor conservação.

Desafios enfrentados

Apesar do incentivo para projetos científicos na escola, os estudantes enfrentam desafios relacionados à falta de recursos. A professora Andrea Bonfim menciona que a estufa necessária para otimizar o desempenho do protótipo só foi disponibilizada um ano após a solicitação ao governo estadual. Durante a espera, os alunos precisaram secar o biofilme em temperatura ambiente, o que aumentava o risco de contaminação por microrganismos.

Os alunos têm acesso à estrutura da fábrica-escola, que conta com laboratórios, e recebem apoio de fábricas locais. No entanto, para a realização efetiva dos projetos, é necessário um investimento financeiro maior em equipamentos.

Welington comenta sobre os desafios enfrentados:
“O maior obstáculo que encontramos são os equipamentos. Dependemos de recursos financeiros, que são caros e urgentes, pois nosso tempo na escola é limitado a três anos”.

Incentivo à pesquisa

O estímulo à pesquisa vai além das aulas. Os alunos afirmam que a escola já possui uma cultura de incentivo à realização de projetos. Embora as ideias sejam frequentemente propostas pelos professores, a motivação e o desenvolvimento dependem do interesse dos estudantes.

Apesar da carga horária elevada do curso técnico integrado, os alunos se dedicam a aprofundar suas pesquisas e produções. Andrea Bonfim destaca a satisfação de ver o engajamento dos alunos:
“É gratificante quando lançamos uma ideia e o aluno demonstra interesse em desenvolvê-la. Isso mostra que eles têm potencial para a iniciação científica e podem ir além da escola”.