A incerteza quanto à emissão de vistos estudantis para os Estados Unidos continua, levando universidades a aconselharem seus alunos a buscarem intercâmbios em outros países. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o estudante Raylson dos Santos, que estava prestes a concluir seu curso de jornalismo, viu seu sonho de intercâmbio nos EUA ser frustrado pela decisão do governo americano, que suspendeu a concessão de vistos para estudantes em todos os consulados.

Raylson, que havia conseguido uma vaga para um intercâmbio de cinco meses em Nova York através do programa de mobilidade acadêmica da UFPB, expressou sua decepção: “Eu sempre tive esse sonho de fazer um intercâmbio. A possibilidade de viajar e morar em outro país enriquece muito o currículo profissional e pessoal, especialmente nos Estados Unidos”, disse ele.

Após passar por todo o processo de seleção e planejar sua viagem, o jovem se deparou com a notícia da suspensão e lamentou: “Eu já estava buscando passagem aérea e tinha um planejamento avançado. Fiquei muito triste”.

Suspensão dos Vistos

Fábia Mesquita, gerente do setor de vistos da UFPB, esclareceu que as decisões do governo americano são repentinamente impostas e não costumam ser anunciadas com antecedência. “Os que já estavam agendados podem realizar a entrevista para o visto de estudante, mas novos agendamentos estão suspensos. Essa suspensão não é apenas no Brasil, mas em todos os consulados”, destacou.

Enquanto isso, a situação preocupa também os estudantes que já estão nos Estados Unidos. Natalia Nery, intercambista na Carolina do Sul desde o ano passado, relatou a insegurança gerada pela situação. “Algumas universidades enviaram e-mails pedindo para evitarmos sair do país. Na minha universidade, não houve essa orientação, o que gera dúvida e insegurança, pois não sabemos se, ao visitarmos a família no Brasil, conseguiremos retornar”, afirmou.

Diante da falta de previsão para a retomada da emissão de vistos, as universidades estão sugerindo que os alunos considerem outras opções de intercâmbio em diferentes países. Raylson já planeja buscar novas oportunidades antes de finalizar sua graduação.