João Pessoa 26.13 céu limpo Recife 28.02 nuvens dispersas Natal 27.12 algumas nuvens Maceió 24.69 nuvens dispersas Salvador 25.98 céu limpo Fortaleza 26.07 nublado São Luís 26.11 céu limpo Teresina 23.84 nublado Aracaju 26.97 algumas nuvens
Estudantes de escola pública do sertão de PE desenvolvem filtro sustentável e são finalistas em prêmio da Samsung
12 de novembro de 2024 / 18:57
Foto: Josimar Oliveira/Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco

Educação, tecnologia e sustentabilidade são temas que andam muitas vezes lado a lado e tem o poder de estimular jovens a buscar soluções inovadoras para problemas do dia a dia. Em Carnaíba, no Sertão de Pernambuco, estudantes da rede pública desenvolveram um filtro sustentável para casas de farinha da região. A iniciativa é finalista no prêmio Solve for Tomorrow Brasil, promovido pela Samsung.

A Escola Técnica Estadual Professor Paulo Freire, localizada há quase 400 quilômetros de Recife, é berço de ideias inovadoras. Segundo a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, foi pensando em solucionar problemas enfrentados nas casas de farinha do Quilombo do Caroá que um grupo de alunos desenvolveu o Filtropinha, um filtro absorvente à base de cascas de pinha que é capaz de reduzir a carga poluente da manipueira, resíduo tóxico gerado na produção da farinha de mandioca. 

O líquido amarelado contém ácido cianídrico, que contamina o ecossistema e pode causar problemas de saúde, como dores de cabeça, tonturas e falta de ar. Estes sintomas já estavam sendo apresentados por vários trabalhadores da comunidade quilombola.

O protótipo desenvolvido pelos estudantes tem como premissa:

  • Reduzir o descarte indevido da manipueira
  • Reduzir a poluição tóxica
  • Promover a reutilização da água usada na lavagem da mandioca durante o processo de fabricação da farinha

Segundo as pesquisas da equipe de estudantes, as farinheiras gastam em média 15 a 20 mil litros de água por produção.

De acordo com Luana Noêmia, uma das alunas do projeto, os moradores da comunicada ficaram curiosos com a novidade e interessados em aplicar o projeto no dia a dia. “O filtro pode ser uma alternativa excelente para promover uma produção sustentável e uma melhoria de qualidade de vida nessas comunidades que têm casas de farinha”.

Inicialmente, o projeto custa R$ 5. O Filtropinha é composto por um modelo construído a partir de uma impressora 3D e possui camadas de algodão, papel filtro, farinha de casas de pinha e carvão ativado. O protótipo conta com uma rosca pensando para facilitar a implementação nas caixas d’água onde fica armazenada a manipueira nas casas de farinha.

Entre os testes realizados durante o experimento, os estudantes calcularam a taxa de germinação de sementes. Com a manipueira tratada pelo Filtropinha, a taxa chegou a 80%, enquanto cai para 20% quando se utiliza o líquido em seu estado natural.