Um estudo preliminar realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou que o Piauí está entre os 12 estados brasileiros com potencial para a presença de “terras raras” em seu solo. Esses elementos químicos, que somam um total de 17, são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias de energia limpa e inovação.

Além disso, o SGB identificou 39 novas ocorrências de terras raras, urânio e fosfato na borda oriental da Bacia do Parnaíba. Em entrevista à TV Clube, Nilo Pedrosa, gerente de Geologia e Recursos Minerais do SGB, destacou que esses minérios são essenciais na fabricação de placas solares, turbinas eólicas e na indústria da aviação. No entanto, ele alertou que esses recursos estão em risco de escassez.

As terras raras foram localizadas na região Leste do Piauí, que faz divisa com os estados do Ceará e Pernambuco. De acordo com Pedrosa, o estudo, iniciado em 2023, ainda precisa ser expandido para viabilizar investimentos econômicos e a exploração dos minérios. “É um estudo preliminar, precisamos priorizar acordos de cooperação técnica com o governo estadual e parcerias público-privadas. Não basta ter teores representativos; precisamos de volume e análises dessas ocorrências”, afirmou.

O gerente também mencionou que há planos para a ampliação dos estudos, incluindo levantamentos geofísicos aéreos e discussões com o governo estadual. Se esses estudos forem ampliados, podem colocar o Piauí e o Brasil em um novo patamar na exploração de minérios.

O que são terras raras?

As terras raras constituem um grupo de 17 elementos químicos que ocorrem na natureza, geralmente misturados a outros minérios, o que dificulta sua extração. Apesar do nome, esses elementos não são necessariamente raros, mas a dificuldade de isolá-los em alta pureza torna o processo de extração caro e complexo.

Esses minérios são indispensáveis para a produção de diversos produtos modernos, incluindo:

• Turbinas eólicas;
• Motores de carros elétricos;
• Chips de computadores e celulares;
• Equipamentos médicos de ponta;
• Satélites, foguetes e mísseis;
• Dispositivos eletrônicos de última geração.

*Vitória Bacelar, estagiária sob supervisão de Ilanna Serena.