
O mel se destacou como o principal produto do Piauí nas exportações para os Estados Unidos em 2024, conforme revelou um estudo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). No entanto, a recente taxação de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode gerar um impacto econômico de até R$ 233 milhões para o estado.
De acordo com a Sudene, esse montante representa o total das exportações piauienses ao longo de 2024. Em contrapartida, as importações de produtos norte-americanos pelo Piauí somaram aproximadamente R$ 271 milhões no mesmo período.
Entre janeiro e junho de 2025, as exportações do Piauí para os EUA totalizaram R$ 110 milhões, enquanto as importações foram de R$ 144 milhões. O mel natural liderou as vendas, alcançando R$ 60 milhões no primeiro semestre deste ano. Os produtos que se seguiram foram:
- Ceras vegetais e de abelhas: R$ 33 milhões
- Peixes congelados: R$ 5,5 milhões
- Crustáceos: R$ 3 milhões
A Sudene alertou que a Região Nordeste pode enfrentar perdas superiores a R$ 16 bilhões anualmente devido à nova taxa, o que representa mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) regional. A superintendência enfatizou que essa situação pode levar compradores americanos a buscar outros fornecedores no mercado global, resultando em uma “perda significativa” para a economia local.
Além disso, o impacto da tarifa já se fez sentir no setor de mel orgânico. Em 12 de junho, a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) informou que um cliente dos EUA havia cancelado um pedido de 95 toneladas de mel orgânico produzido no Sul do Piauí. Após negociações, o embarque dos contêineres foi liberado na noite de 13 de junho, com a carga sendo dividida entre diferentes navios para garantir a entrega em datas variadas.
Diante das incertezas sobre as exportações e o aumento dos custos logísticos, o setor está considerando a possibilidade de dividir a taxa de 50% com os importadores norte-americanos.