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Estudo revela queda no desmatamento no Sertão nordestino
16 de maio de 2025 / 10:13
Foto: Divulgação

Um novo relatório divulgado pelo Mapbiomas nesta quarta-feira (14) trouxe uma boa notícia para o meio ambiente: o desmatamento caiu em quase todos os biomas brasileiros em 2024, com exceção da Mata Atlântica, que se manteve praticamente estável.

Entre os destaques positivos, está o bioma Caatinga, típico do Sertão nordestino, que apresentou queda de 13,4% nas áreas desmatadas em relação a 2023. Esse dado é particularmente relevante porque a Caatinga é um dos ecossistemas mais ameaçados e menos protegidos do Brasil.

O levantamento faz parte do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), um dos principais estudos sobre a perda de vegetação nativa no país, e traz comparações precisas entre os anos de 2023 e 2024.

Queda expressiva no desmatamento em quase todo o Brasil

Na comparação com o ano anterior, os maiores recuos no desmatamento ocorreram nos biomas Pantanal e Pampa, seguidos pelo Cerrado, Amazônia e Caatinga. Já a Mata Atlântica registrou um discreto crescimento, impulsionado principalmente por eventos climáticos extremos, segundo os pesquisadores.

Confira abaixo os números divulgados:

Variação do desmatamento por bioma em 2024 (comparado a 2023)

BiomaVariação do Desmatamento
Pantanal-58,6%
Pampa-42,1%
Cerrado-41,2%
Amazônia-16,8%
Caatinga-13,4%
Mata Atlântica+2%

Por que os índices estão melhorando?

De acordo com o coordenador do Mapbiomas, Tasso Azevedo, o avanço no combate ao desmatamento se deve a três fatores principais:

  1. Criação de planos específicos para cada bioma: Antes, muitas regiões não contavam com estratégias próprias de enfrentamento ao desmatamento. Hoje, há diretrizes adaptadas à realidade de cada ecossistema.
  2. Maior participação dos estados: Governos estaduais passaram a colaborar mais com as ações do Ibama, atuando de forma mais direta nos embargos e multas.
  3. Crédito rural mais responsável: Dados do Mapbiomas estão sendo usados como critério para a concessão de crédito rural, dificultando o financiamento de quem desmata ilegalmente.

Passos importantes, mas o caminho continua

A queda no desmatamento em 2024 representa um avanço importante na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. No entanto, os números mostram que ainda há muito a ser feito — especialmente na proteção de biomas altamente explorados, como a Amazônia e o Cerrado.

Portanto, a Caatinga, tão presente no imaginário e na cultura nordestina, está entre os exemplos positivos deste ano. Proteger esse bioma é preservar o Sertão, sua biodiversidade e o modo de vida de milhões de brasileiros.