João Pessoa 28.13 nuvens dispersas Recife 27.02 nublado Natal 28.12 nuvens dispersas Maceió 25.69 nublado Salvador 25.98 céu limpo Fortaleza 27.07 algumas nuvens São Luís 29.11 nuvens dispersas Teresina 34.84 algumas nuvens Aracaju 24.97 nublado
Exploração da Margem Equatorial pode transformar economia do Nordeste
15 de julho de 2025 / 12:35
Foto: Divulgação

A exploração de petróleo e gás natural na margem equatorial brasileira ganhou força em debate realizado nesta segunda-feira (14), durante seminário promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal, na Assembleia Legislativa do Maranhão, em São Luís. O evento reuniu parlamentares, autoridades públicas, especialistas do setor energético e representantes da indústria para discutir os impactos econômicos e sociais da atividade na região Nordeste.

Nordeste pode se tornar novo polo energético

A princípio, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que comandou a reunião, defendeu o avanço da exploração como um divisor de águas para o estado do Maranhão e outros estados da região.

“Esse seminário é essencial para debatermos o futuro do Maranhão diante de um potencial extraordinário. A exploração de gás e petróleo pode transformar para sempre nossa realidade econômica”, afirmou a senadora.

A margem equatorial abrange o litoral entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. Antes de mais nada, estimativas de especialistas apontam que a área possui um potencial entre 10 e 30 bilhões de barris de petróleo, com expectativa de atrair investimentos superiores a US$ 50 bilhões e gerar arrecadação de até US$ 200 bilhões, além da criação de milhares de empregos diretos e indiretos.

O que é a Margem Equatorial?

RegiãoLitoral norte do Brasil (RN ao AP)
Potencial estimado10 a 30 bilhões de barris de petróleo
Investimento previstoMais de US$ 50 bilhões
Geração de empregosMilhares de vagas em toda a cadeia energética
Arrecadação esperadaAté US$ 200 bilhões com royalties e impostos

Ministério defende exploração com responsabilidade ambiental

O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, reforçou que o governo apoia a exploração na região, desde que alinhada à preservação ambiental. Ele alertou que o país poderá perder até R$ 3,9 trilhões até 2055 se não investir na ampliação da exploração de petróleo e gás.

“O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Podemos explorar petróleo de forma sustentável, combatendo a pobreza energética e garantindo retorno social às populações locais”, afirmou.

Mendes também criticou a lentidão no processo de licenciamento ambiental e cobrou isonomia internacional:

“Por que o Brasil, que não é o maior emissor global, deve parar de produzir enquanto países ricos seguem explorando petróleo intensamente?”, questionou.

Entraves ambientais travam exploração

De acordo com a superintendente da ANP, Maria Abelha Ferreira, 25 blocos de exploração na margem equatorial estão suspensos devido à burocracia no licenciamento ambiental. Segundo ela, a exploração é estratégica para aumentar as reservas nacionais, gerar empregos e garantir a soberania energética.

Ela também defendeu que o Brasil precisa equilibrar a expansão das energias renováveis com o uso racional de fontes fósseis, uma vez que a demanda global por energia seguirá em alta nas próximas décadas.

Seminário contou com ampla participação

Assim, o evento reuniu diversos nomes do setor público e privado. Entre os presentes estavam:

  • Marcos Vallerio Gonçalves Galvão, gerente de Exploração da Petrobras
  • André Dias de Oliveira, gerente de Licenciamento da Petrobras
  • Allan Kardec Duailibe, diretor-presidente da Gasmar
  • Tânia Miyake, diretora da FIEMA
  • Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás
  • Fernando Wandscheer, diretor da ANP
  • Carlos Ferreira, reitor do IFMA
  • Diogo Lima, superintendente do SESI/MA
  • Prefeitos e deputados estaduais do Maranhão

Perspectivas

Ao mesmo tempo, o debate deixou claro que, com licenciamento ambiental mais ágil e políticas públicas consistentes, a margem equatorial pode se tornar um dos principais motores de desenvolvimento do Norte e Nordeste nos próximos anos.

Além disso, a exploração responsável do petróleo na região pode reduzir desigualdades regionais e reforçar a autossuficiência energética do Brasil.