João Pessoa 21.13 nuvens dispersas Recife 24.02 nuvens dispersas Natal 22.12 céu limpo Maceió 21.69 nuvens dispersas Salvador 23.98 algumas nuvens Fortaleza 26.07 algumas nuvens São Luís 26.11 céu limpo Teresina 24.84 céu limpo Aracaju 23.97 nublado
Fernando de Noronha reconhecida como área vital para tubarões e raias por comissão internacional
9 de maio de 2025 / 09:15
Foto: Divulgação

Fernando de Noronha foi reconhecida como uma das 32 áreas de importância para tubarões e raias no Atlântico Sul-Americano, segundo a Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Essa classificação, divulgada na quarta-feira (6), foi celebrada por pesquisadores e pode ser acessada online.

A especialista Bianca Rangel, da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Projeto Tubarões e Raias de Noronha, destacou a relevância desse reconhecimento. “A classificação valida Noronha globalmente como uma área essencial para a sobrevivência dos tubarões e raias no oceano. Esse título pode ajudar nos planos de manejo de unidades de conservação do Brasil, além de priorizar Fernando de Noronha em financiamentos para pesquisa e conservação futuros”, afirmou.

A análise que levou à certificação considerou dados coletados pelo Projeto Tubarões e Raias de Noronha, com a participação ativa da comunidade local. Rangel explicou que essa colaboração foi crucial para estabelecer os critérios que posicionam a região como relevante.

As áreas identificadas como importantes para tubarões e raias são regiões específicas que desempenham um papel fundamental na sobrevivência dessas espécies, com base em critérios científicos que incluem reprodução, alimentação e abundância.

Critérios de Classificação

  • Vulnerabilidade das espécies, especialmente do tubarão-limão, tubarão-lixa, raia-prego e raia-manta.
  • Relevância para áreas reprodutivas e de alimentação.
  • Agregações indefinidas de espécies.

A coordenadora do projeto enfatizou a importância de incluir outras espécies no sistema de classificação. “A coleta contínua de dados científicos padronizados será essencial para validar a região para espécies ainda não contempladas no documento, como o tubarão-tigre, o tubarão-bico-fino, o tubarão-lombo-preto e o grande tubarão-martelo”, ressaltou Bianca Rangel.

O Projeto Tubarões e Raias de Noronha tem atuado na ilha por cinco anos, realizando pesquisas que incluem monitoramento por drones, captura científica e marcação com rastreadores acústicos e de satélite. Além disso, o projeto conta com um programa de colaboração voluntária chamado “ciência cidadã”, onde guias de turismo, mergulhadores e visitantes contribuem com registros diários de tubarões e raias.

Recentemente, houve um aumento de 66% nos registros de raias mutiladas em Fernando de Noronha, o que levanta preocupações sobre a conservação dessas espécies na região.