
As festas juninas em Sergipe são uma verdadeira fonte de renda para pequenos empreendedores, movimentando milhões de reais em diversos setores, como gastronomia, turismo, hotelaria e artesanato. O governo do estado estima que o Arraiá do Povo, um dos principais eventos do ciclo junino, deverá gerar cerca de R$ 100 milhões e criar aproximadamente três mil empregos, concentrando-se na Orla da Atalaia.
Oportunidades para empreendedores
Além de oferecer shows, o Arraiá do Povo também representa uma chance para que os empreendedores ampliem suas ofertas. Kely Alves Rodrigues, que normalmente trabalha com comida africana, adapta seu cardápio durante o período junino para atrair mais clientes. “É uma tradição do Nordeste. Não pode faltar no mês de junho uma canjica, uma pamonha, um pé-de-moleque. Essa é uma renda extra durante os 60 dias de festas”, afirma Kely. A demanda crescente permitiu que ela contratasse mais duas pessoas para ajudar na produção e venda de seus produtos na Praça Tobias Barreto em Aracaju e no Arraiá do Povo.
Na cidade de Estância, um grupo de mulheres de uma cooperativa de mangaba se dedica a vender licores, doces e outros produtos feitos com a fruta, que é uma importante fonte de sustento para muitas famílias na região. Elineide Nunes dos Santos, uma das integrantes, destaca: “Fazemos parte de uma rede solidária de mulheres que trabalham com diversos produtos feitos com a fruta. E estamos aqui para ampliar as nossas vendas”.
Artesanato e capacitação
O artesanato também ganha destaque durante as festas juninas, com empreendedores produzindo peças únicas que atraem tanto turistas quanto moradores locais. Segundo o Sebrae Sergipe, a formalização de negócios é incentivada por meio de capacitações que ensinam os empreendedores a aumentar suas vendas em datas comemorativas, como o ciclo junino. Aurélio Viana, gerente do escritório regional da grande Aracaju, ressalta que além das capacitações, são oferecidas orientações técnicas em marketing para ajudar os empresários a aprimorar suas estratégias.
Impacto na rede hoteleira e de restaurantes
A programação junina também impacta setores tradicionais da economia, como a rede hoteleira e os bares e restaurantes. A Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH) projeta uma taxa de ocupação de 80% durante todo o mês de junho, subindo para 90% no período das festas. João Guilherme, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Sergipe), afirma que a movimentação é positiva, com eventos como o Forró Caju se expandindo para outros bairros e beneficiando ainda mais empreendedores.
“Com as festas promovidas pelo setor público, os comerciantes têm um roteiro fixo de vendas, o que preenche nosso calendário. O São João, por ser mais tradicional, se estende por 60 dias, trazendo benefícios para nossa economia e para a geração e manutenção de empregos”, explica João Guilherme.
Programação diversificada
O governo do estado também investiu em diversas programações durante o ciclo junino, incluindo a Segundona do Turista, o Arrasta Pé do 18, o Arraiá Arranca a Unha, e concursos de quadrilha. O calendário de festas, que começou no dia 30 de maio, se estenderá até 27 de julho, contando com 701 atrações, sendo 90% delas de artistas locais.
Outras festas importantes no estado incluem o Forró Siri em Nossa Senhora do Socorro, a Festa dos Caminhoneiros em Itabaiana, e os festejos em Estância, Areia Branca e Capela, que juntas ajudam a consolidar Sergipe como um importante destino turístico e cultural durante o período junino.