Uma fiscalização conjunta identificou pelo menos 60 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil nas feiras livres de Aracaju. A ação teve o objetivo de verificar os casos de trabalho infantil que, apesar das ações e medidas repressivas, persistem.
Nos dias 22, 23 e 24 de novembro, equipes do Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), Auditores-Fiscais do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB-SE) realizaram uma inspeção em feiras livres. A ação teve o apoio operacional da Guarda Municipal de Aracaju (GMA).
Na feira do bairro Bugio, 31 crianças e adolescentes foram identificados em situação de trabalho infantil. Um caso que chamou a atenção foi de uma criança de apenas oito anos de idade, encontrada sozinha, vendendo produtos, e mal sabia dizer o nome completo. Na feira do bairro Grageru, 9 crianças e adolescentes foram encontrados trabalhando. Já em duas feiras na capital, nos bairros Ponto Novo e Suíssa, foram registrados 20 casos de trabalho infantil.
“O trabalho infantil é um fenômeno da pobreza. Existe um ciclo vicioso de pobreza que o Estado deve quebrar. Muitas dessas crianças são obrigadas a iniciar o seu trabalho ainda precocemente em feiras livres, matadouros e lixões”, disse o auditor-fiscal do Trabalho Antônio Sobrinho.
“A principal atividade é o carrego, para transporte das compras nas feiras. Mas em alguns pontos, geralmente nas barracas, encontramos crianças e adolescentes acompanhados dos próprios pais. Enquanto o trabalho infantil persistir, os órgãos públicos precisam insistir na erradicação dessa chaga social. A luta é grande e o nosso trabalho vai continuar”, ressaltou o procurador Raymundo Ribeiro.