
O engenheiro pernambucano Francisco Alexandre Ferreira foi oficialmente nomeado como o novo superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) nesta sexta-feira, dia 15. Ele assume o cargo em substituição ao ex-deputado federal Danilo Cabral (PSB), que foi exonerado em agosto após pressões políticas relacionadas às obras da Transnordestina.
A nomeação de Francisco Alexandre foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e publicada no Diário Oficial da União. A escolha do novo superintendente foi feita a partir da indicação do senador Humberto Costa (PT). A data da posse ainda não foi definida.
Natural de Bom Conselho, no Agreste de Pernambuco, Francisco Alexandre possui formação em engenharia e direito, além de especializações em instituições de ensino nos Estados Unidos, França, Inglaterra e Brasil. Ele é servidor de carreira do Banco do Brasil e já atuou em conselhos e comitês de empresas renomadas, como Vale, BRF e Kepler Weber.
A Sudene informou que o novo superintendente deve conduzir “um mandato de continuidade” e se concentrar na atração de investimentos estratégicos, além de implementar políticas de desenvolvimento regional e avançar nas obras estruturais, como a Transnordestina.
Sediada no Recife, a Sudene é uma autarquia que faz parte do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Criada em 1959, a instituição tem como objetivo promover o desenvolvimento do Nordeste por meio do planejamento econômico regional, apoiando e financiando projetos de infraestrutura na área.
Pressões políticas
Danilo Cabral foi exonerado do cargo no dia 7 de agosto, após um período de dois anos e meio à frente da Sudene. A polêmica em torno de sua gestão estava centrada na obra da ferrovia Transnordestina, que gerou críticas de políticos e empresários do Ceará. Um dos fatores que levaram à pressão pela sua saída foi a insistência do ex-superintendente em retomar a obra no trecho que liga o Porto de Suape, no Grande Recife, a Salgueiro, no Sertão.
Em abril, a Sudene organizou um evento para discutir a execução da obra no estado e buscar soluções para os impasses atuais, sendo um dos principais obstáculos a necessidade de desapropriações.
O governo federal havia anunciado para o segundo semestre deste ano o reinício das obras, que estão orçadas em R$ 3,5 bilhões. Críticas à gestão de Danilo Cabral foram levantadas por lideranças políticas cearenses, como o governador Elmano de Freitas (PT), que teriam articulado sua saída junto ao ministro Rui Costa.