João Pessoa 31.13 algumas nuvens Recife 30.02 nublado Natal 30.12 algumas nuvens Maceió 31.69 algumas nuvens Salvador 28.98 céu limpo Fortaleza 30.07 nuvens dispersas São Luís 30.11 nublado Teresina 31.84 nuvens dispersas Aracaju 29.97 algumas nuvens
Fundação Casa de Jorge Amado incorpora casarão e amplia as suas exposições
14 de dezembro de 2024 / 15:36
Foto: Reprodução / Instagram

O novo anexo consolida aquela que foi a maior reforma da Fundação Casa de Jorge Amado desde a sua criação. O espaço ganhou ares de museu, com a criação de novos espaços de exposição, mas também modernizou sua estrutura de arquivo, reforçando o seu papel de guardiã do acervo de Jorge. A entidade foi constituída em julho de 1986 e inaugurada em março de 1987. Sua concepção se deu a partir do incentivo de amigos como a escritora Myriam Fraga, que foi gestora da entidade por 30 anos. Na época, Jorge Amado buscava uma forma de preservar seus arquivos para posteridade.

O acervo foi disputado por universidades estrangeiras, mas Amado pensava que o catálogo devia permanecer na Bahia. Optou por uma fundação privada, com gestão independente de governos, e sede no Pelourinho, cenário de personagens como Pedro Arcanjo, Dona Flor e Quincas Berro d’Água. A Fundação Casa de Jorge Amado atualmente abriga cerca de 300 mil peças, incluindo documentos, fotografias e manuscritos dos livros. Entre eles estão as seis versões que ele escreveu até chegar ao ponto final de Tieta do Agreste. Além de preservar os acervos, a entidade atua para incentivar pesquisas sobre a literatura da Bahia e valorizar o Centro Histórico de Salvador como espaço pulsante de cultura. Em seu calendário anual de eventos, destaca-se a Flipelô, Festa Literária Internacional do Pelourinho, realizada desde 2017.

“A ideia é fazer desta Casa, como preconizou Jorge Amado, um permanente centro, vivo e atuante, onde o sentido da vida da Bahia e de nosso povo esteja sempre presente”, afirma a diretora-executiva da fundação, Angela Fraga.
A reforma da sede custou cerca de R$ 2 milhões e foi financiada com recursos próprios e emendas da deputada federal Lídice da Mata (PSB). Foi iniciada em março e levou nove meses para ser concluída. Neste período, a fundação seguiu de portas abertas, recebendo turistas, pesquisadores e admiradores do escritor.

A área onde fica o acervo ganhou equipamentos modernos e arquivos deslizantes, que facilitam a pesquisa de documentos. A segurança foi reforçada com a um novo sistema anti-incêndio e de câmeras de videomonitoramento. O prédio principal ganhou novas salas de exposição em formato multimídia, que contam a trajetória de Jorge Amado, sua produção literária e suas adaptações audiovisuais. As áreas internas, antes brancas, ganharam cores: “Pintamos algumas paredes e a repercussão foi muito boa. A obra de Jorge Amado é muito colorida”, afirma Ticiano Martins, coordenador de projetos a fundação e um dos curadores dos espaços expositivos.