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Golfinhos de Fernando de Noronha desenvolvem brincadeiras com algas, revela pesquisa
18 de novembro de 2025 / 10:52
Foto: Divulgação

Pesquisadores em Fernando de Noronha e no Havaí identificaram que golfinhos, tanto jovens quanto adultos, costumam interagir com algas flutuantes, especialmente do gênero Sargassum. Este comportamento, que se assemelha a um “jogo”, é considerado uma prática cultural entre esses animais.

Durante a observação, foi notado que os golfinhos pegam as algas com o rostro ou nadadeira peitoral, alternando entre a nadadeira dorsal e a caudal. A brincadeira envolve soltar e recuperar a alga repetidamente, utilizando diferentes partes do corpo. Em uma das gravações, dois golfinhos trocaram a mesma alga por aproximadamente dez minutos, enquanto em outras ocasiões, dois ou três membros do grupo carregavam algas simultaneamente.

Interação e Desenvolvimento de Habilidades

José Martins, coordenador do Projeto Golfinho Rotador, comentou sobre a importância desse comportamento. “Observamos que esse jogo é uma forma de interação que ajuda os golfinhos a desenvolver habilidades aquáticas. Funciona como um exercício físico e até um treinamento para a captura de alimento e para enfrentar tubarões”, explicou.

Martins também destacou que as algas servem como um meio de interação social, permitindo que os golfinhos-rotadores formem vínculos semelhantes aos de colegas em uma partida de futebol.

Preocupações com o Lixo Marinho

Além das interações com algas, os pesquisadores também notaram um comportamento alarmante: golfinhos utilizando lixo em vez de algas. Em um registro na ilha, um golfinho foi visto carregando uma flanela de câmera que havia caído de um barco. No Havaí, alguns golfinhos foram observados brincando com sacos plásticos da mesma forma que fazem com as algas.

Martins alertou para os riscos associados a esse comportamento. “É perigoso, pois os golfinhos podem confundir o plástico com algo orgânico e acabar ingerindo. Além disso, esses materiais afetam as interações sociais dos animais”, afirmou.

O pesquisador enfatizou que, assim como as algas e esponjas, sacos plásticos e outros resíduos estão se tornando parte do comportamento dos golfinhos, refletindo a clara interferência humana no ambiente marinho.

Sobre o Projeto Golfinho Rotador

Fundado em 1990, o Projeto Golfinho Rotador realiza pesquisas e ações de conservação dos golfinhos em Fernando de Noronha, com o apoio do Programa Petrobras Socioambiental. A ONG também promove oficinas culturais, incentiva o surfe entre jovens e desenvolve atividades educativas nas escolas da ilha.