
A queda de 80% na antecipação do saque-aniversário trouxe as mudanças no FGTS 2026 para o centro das discussões relacionadas ao crédito. Dados da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) indicam que o volume liberado despencou de R$ 3 bilhões para aproximadamente R$ 600 milhões em novembro, primeiro mês com as novas regras estabelecidas pelo Conselho Curador, o que reduziu significativamente a oferta de recursos vinculados ao Fundo de Garantia.
Essa retração no crédito foi motivada principalmente pela imposição de exigências que dificultaram o acesso dos trabalhadores. O piso obrigatório de R$ 100 por parcela é responsável por 90% da queda observada. Além disso, a carência de 90 dias para operar com a antecipação também restringe o acesso ao crédito. Outras limitações, como o prazo máximo de cinco anos até 2026 e a proibição de mais de uma operação por trabalhador, ampliam as restrições para quem depende do saque-aniversário. Soma-se a isso que o novo consignado privado não conseguiu suprir a demanda, pois somente 25% das propostas foram aprovadas.
Além desses dados, vale destacar que 37 milhões de trabalhadores aderiram ao saque-aniversário, 26 milhões já anteciparam valores, e cerca de 9 milhões encontram-se desempregados. Entre os contratantes, 74% estão negativados, o que dificulta ainda mais a aprovação. A ABBC projeta que as concessões possam cair para apenas 5% do volume que existia anteriormente.
Diante desse cenário de forte retração, cresce a expectativa sobre as mudanças no FGTS 2026, motivadas pela sinalização do governo para liberar saldos bloqueados. A revisão das regras pode proporcionar uma redefinição no acesso ao Fundo e uma reorganização da oferta de crédito associada ao FGTS, buscando ampliar os recursos disponíveis para os trabalhadores.