
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) declarou, nesta quarta-feira (11), situação de emergência devido à seca em quatro municípios do Rio Grande do Norte: Alexandria, Janduís, Martins e São Rafael. A portaria que formaliza essa decisão foi publicada no Diário Oficial da União e também abrange cidades da Paraíba, Ceará e Bahia que enfrentam estiagem.
A seca é caracterizada por longos períodos sem chuvas, o que compromete o abastecimento de água e impacta negativamente as atividades econômicas nas regiões afetadas.
O que é situação de emergência? Trata-se de uma condição anormal causada por desastres, como a seca, que gera danos à saúde, segurança ou bens da população. Com essa declaração, os governos municipais ou estaduais reconhecem que não possuem recursos suficientes para lidar com os efeitos da situação e solicitam apoio dos governos estadual ou federal.
Esse reconhecimento permite que as prefeituras busquem recursos federais para ações de Defesa Civil, que incluem a distribuição de cestas básicas, fornecimento de água potável e alimentação para equipes de trabalho e voluntários.
Volume das barragens cai 11%
A escassez de chuvas também resultou na redução do volume das reservas hídricas do estado. O Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn) informou que, de janeiro até o final de maio, o volume total das barragens monitoradas caiu 11%. No final de maio, as reservas hídricas estavam com 50% de sua capacidade total, uma queda em relação aos 61,3% registrados no final de janeiro.
Segundo o Igarn, entre os 70 mananciais monitorados, seis apresentavam capacidade acima de 70%, enquanto 11 operavam com menos de 10%. O órgão destacou a importância de ações de gestão eficiente da água, especialmente com a chegada do período mais seco do ano, e afirmou que continuará o monitoramento para embasar decisões estratégicas no combate à escassez hídrica no estado.
Reservas hídricas fecham maio com 50,23% da capacidade
A maior barragem do estado, Armando Ribeiro Gonçalves, localizada entre Assú e Itajá, estava com 60,23% de sua capacidade total. A barragem Oiticica, em Jucurutu, a segunda maior do RN, registrou 14,46% do volume total que pode armazenar. A barragem Santa Cruz do Apodi, outro grande reservatório, tinha 66,80%, enquanto a barragem de Umari, em Upanema, estava com 70,94% de sua capacidade.
Outros reservatórios importantes também mantêm níveis significativos. A barragem Marechal Dutra (Gargalheiras), em Acari, fechou maio com 65,82% de volume acumulado, e o açude Dourado, em Currais Novos, apresentava 34,68% da capacidade.
- Reservatórios com mais de 70% da capacidade:
- Dinamarca, em Serra Negra do Norte: 92,36%;
- Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz: 96,97%;
- Encanto: 81,70%;
- Cruzeta: 76,98%;
- Riachão, em Rodolfo Fernandes: 76,94%;
- Umari, em Upanema: 70,94%.
- Reservatórios com menos de 10% da capacidade:
- Passagem das Traíras, em São José do Seridó: 0,03%;
- Itans, em Caicó: 0,49%;
- Jesus Maria José, em Tenente Ananias: 2,71%;
- Mundo Novo, também em Caicó: 2,83%;
- Esguicho, em Ouro Branco: 3,77%;
- Sabugi, em São João do Sabugi: 5,02%;
- Brejo, em Olho D’Água do Borges: 5,12%;
- Carnaúba, também em São João do Sabugi: 6,47%;
- Lulu Pinto, em Luís Gomes: 6,71%;
- Japi II, em São José do Campestre: 8,50%;
- Tourão, em Patu: 8,59%.
O Igarn também monitora o volume de cinco lagoas estratégicas para o abastecimento das regiões metropolitanas:
- Lagoa do Bonfim, em Nísia Floresta: 59,95%;
- Lagoa de Boqueirão, em Touros: 95,87%;
- Lagoa de Extremoz: 85,46%;
- Lagoa de Pium, em Nísia Floresta: 100%;
- Lagoa do Jiqui, em Parnamirim: 100%.
Os vídeos mais assistidos do g1 RN também estão disponíveis para quem deseja acompanhar mais sobre a situação hídrica do estado.